Pacientes de hemodiálise sofrem com falta de medicamento em SP

Pacientes de hemodiálise sofrem com falta de medicamento em SP

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:58

Um medicamento necessário para evitar a anemia em pessoas que fazem hemodiálise está em falta em diversas cidades do interior de São Paulo. A distribuição, feita pelo Ministério da Saúde, está com problemas, e o atendimento aos pacientes foi comprometido.

Em Bauru, o remédio Alfaepoetina está em falta na farmácia de alto custo, responsável pela distribuição aos pacientes que fazem diálise no Hospital de Base.

O mesmo remédio não é encontrado em quatro cidades na região de Campinas. Em Americana, o estoque está zerado. Desde novembro, a clínica não recebe doses suficientes para atender 120 doentes renais.

O Centro de Hemodiálise da Santa Casa de Presidente Prudente, onde 90 pacientes são tratados, tem problemas há três meses. “A principal complicação que o paciente apresenta é anemia, porque a medicação é responsável pela produção do sangue”, explicou a médica Camila Morelli.

Em São João da Boa Vista, das 7 mil ampolas necessárias para três meses de tratamento, restam apenas 400. Os pacientes tomam o remédio três vezes por semana. Dois meses sem o uso dele podem colocar a vida em risco.

“A anemia mais acentuada pode levar a acidente vascular isquêmico e pode até chegar a ter problemas mais sérios, como o óbito”, disse o médico Wagner Santa Catharina.

O medicamento é distribuído pelo Governo Federal às secretarias estaduais de saúde, que fazem o repasse aos centros de hemodiálise. Desde o fim de 2010, uma clínica de São João da Boa Vista não recebe a cota necessária, e teve que comprar as ampolas. Mesmo assim, precisou reduzir as doses aplicadas nos pacientes. “É um problema brasileiro, mas, principalmente, no estado de São Paulo”, explicou o médico.

Para não ficar sem o remédio, o comerciante Eduardo Crespo comprou quatro ampolas, o suficiente para uma semana de tratamento. Gastou R$ 120 para não sentir os efeitos da falta do medicamento. “Dores nas pernas, você tem um cansaço maior, você tem uma falta de ar maior também”, afirmou ele.

O Ministério da Saúde admite que a entrega do remédio está sendo feita aos poucos, porque o fabricante está com problemas na produção. A situação deve ser resolvida em março.    

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