Pai de estudante morto em SP diz que iPod não foi roubado

Pai de estudante morto em SP diz que iPod não foi roubado

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:24

O pai do estudante Felipe Tsutomu Honorato Shiba, morto na noite de terça-feira (25) durante uma tentativa de assalto, disse na manhã desta quarta-feira (26) que o iPod do filho, que teria motivado o crime, não chegou a ser levado pelo criminoso. O jovem de 19 anos morreu após levar um tiro em frente a sua casa na região da Saúde, Zona Sul de São Paulo, por volta das 22h, quando voltava do estágio.

Segundo as primeiras informações da polícia, o equipamento eletrônico teria sido roubado. Embora não tenha tido tempo de identificar o criminoso, o corretor de imóveis Ricardo Shiba, pai de Felipe, acabou presenciando o assassinato por acaso - ele descia até o portão para destravá-lo para o filho como fazia habitualmente quando aconteceu o crime. Ele acredita que o criminoso estava sozinho.

"Estou transtornado. Aconteceu tudo muito rápido. Não consegui ver o criminoso. Também não sei dizer se ele o abordou no portão ou se ele estava o seguindo. Ele não andava com dinheiro. O iPod não foi levado. Ele deu o tiro e saiu correndo", afirmou Ricardo Shiba.

O estudante do 6º semestre de Ciências da Computação fazia um estágio no Anhangabaú, na região central da capital, e sempre voltava para casa por volta das 22h. "Eu sempre falava para ele pegar um ônibus, mas ele descia no Metrô Saúde e insistia em vir a pé", disse o pai. "Era um menino muito tímido. Ele adorava informática e videogame", conta Emílio Carlos Sanchez, gerente de operações, que é amigo da família há mais de 15 anos.

A família do estudante acha difícil que ele tenha reagido. "Uma vez roubaram o celular dele e ele entregou. Outra vez levaram um tênis também", disse Luzinete de Araújo, tia do jovem, à reportagem do SPTV.

O estudante pensava em voltar para o Japão após terminar o seu curso universitário, em 2011. Ele foi morar no país asiático quando pequeno, junto com a família, e retornou ao Brasil há quatro anos.

A casa onde aconteceu o crime é cercada de grades nas janelas e na varanda. Eles contam que assaltantes costumam se esconder na copa das árvores para observar as vítimas. Os vizinhos reclamam da violência no bairro. A polícia nega, no entanto, falta de policiamento.

Os policiais do 35º Distrito Policial pediram imagens das câmeras de segurança de uma empresa que fica nas proximidades do local do crime, mas nada que pudesse ajudar nas investigações foi registrado.

O enterro do jovem deve acontecer na tarde desta quarta-feira no cemitério Vale da Paz, em Diadema, no ABC.

Por Letícia Macedo

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