"É a vida aqui." Os moradores de Campo Grande, na zona oeste do Rio, uma das regiões mais afetadas pela atuação das milícias, elogiaram o filme "Tropa de Elite 2" e afirmaram que ele não exagera ao retratar a realidade da região.
No feriadão, o público nas três salas de cinema do bairro foi de 12,5 mil pessoas, praticamente lotação esgotada em todas as sessões.
Embora a maioria seja de classe média, população menos afetada pela milícia do que os moradores de favelas, muitos reconhecem no filme muitos dos problemas que afetam o bairro. O ingresso custa R$ 14.
Para o técnico da Petrobras Nilson Saraiva, 32, é uma reprodução fiel da realidade. "É o que acontece por aqui. A milícia controla as vans, a venda de gás e a segurança", diz. A professora de história Mara Matos, 45, concorda. "Eu adorei o filme porque ele mostra muito bem o envolvimento dos políticos com todo esse esquema", diz.
Em "Tropa 2", policiais corruptos assumem o controle de regiões antes dominadas pelo tráfico e exploram serviços de transporte e segurança para ganhar dinheiro. Essas facções são comandadas por deputados da Assembleia Legislativa do Rio. "É exatamente o que acontece no dia a dia", diz a técnica de enfermagem Geane Silva, 27.
Morador de Campo Grande, o deputado estadual Natalino Guimarães (DEM) foi preso em 2008 por suspeita de comandar a milícia local. Um ano antes, seu irmão, o vereador Jerominho Guimarães (PMDB), havia sido preso pelo mesmo motivo.
O grupo de policiais e bombeiros que até hoje atua na região é conhecido como "Liga da Justiça".
Até agora, "Tropa 2" foi visto por 2,4 milhões de espectadores.
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