Moradores da Rua José Bonifácio, em Jandira, na Grande São Paulo, aguardavam na manhã desta sexta-feira (10) uma vistoria das casas interditadas após a queda de um muro e o afundamento da via na noite de quinta-feira (9). Seis imóveis foram interditados depois que a rua cedeu cerca de dois metros. Foi o vigia João Henrique da Silva, de 47 anos, que avisou os vizinhos quando o desabamento começou, evitando que alguém ficasse ferido.
O muro é de uma empresa de terraplanagem e delimita o espaço do polo industrial 2 de Jandira, em construção. Silva trabalha na empresa e ouviu quando o muro começou a ceder. Parecia uma avalanche. Eu estava trabalhando quando começou a estalar e liguei para minha mulher e minha vizinha e falei: Sai todo mundo daí que está descendo. Aí começou a desabar tudo e descer, e não teve mais jeito. Foi tudo estourando, amassando, remoendo e descendo, contou ele nesta manhã. O vigia passou a madrugada na rua acompanhando a situação. Ele mora há dez anos no mesmo endereço e nos últimos dias, assim como seus vizinhos, percebeu rachaduras na rua. Achei que a minha casa ia cair. Sempre estávamos verificando e estava descendo. Estamos acompanhando dia a dia.
De acordo com os moradores, a Defesa Civil já havia sido acionada nesta quinta durante o dia e informou que voltaria nesta sexta para interditar a rua, devido às rachaduras na via. Entretanto, durante a noite, a rua cedeu rapidamente. Foi coisa de 20 minutos para a rua afundar. Meu vizinho ligou mandando sair da casa que estava caindo tudo. Aí quando eu olhei a rua já tinha afundado. Meus filhos saíram correndo, que a gente mora na parte de cima, e saímos, contou Luciene Marques, de 40 anos. Na hora eu tomei um susto, entrei em desespero, fiquei muito nervosa. Os moradores ainda não foram autorizados a entrar em suas casas para retirar seus pertences era aguardada a realização da perícia nesta manhã para essa permissão. De acordo com os vizinhos, uma das famílias que teve sua casa interditada viajou no fim da tarde desta quinta e ainda não sabe o que aconteceu.
Equipes da Defesa Civil passaram a noite na rua monitorando a situação. Nesta manhã, em conjunto com técnicos da Sabesp, faziam uma inspeção para tentar determinar o que causou o afundamento da via. Ainda não se sabe se um vazamento na rede da Sabesp foi a causa, ou se a tubulação se rompeu após o asfalto ceder.
O fornecimento de água precisou ser cortado. Nesta manhã, a Sabesp tentava restabelecer o abastecimento para as casas que não foram interditadas.
A mesma rua já foi palco de outro desabamento, em 2009. Na ocasião, três casas que ficavam junto ao muro desabaram. Outras foram interditadas e permanecem vazias. Moradores entraram na Justiça contra a empresa. Procurada, a empresa não foi encontrada para comentar o assunto.
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