As bancadas do PR na Câmara e no Senado manifestaram nesta segunda-feira apoio público à permanência do ministro Alfredo Nascimento (Transportes) no cargo. Depois de mais de duas horas reunidos com o ministro, deputados e senadores do PR demonstraram apoio "incondicional" a Nascimento e fecharam acordo para que ele explique no Congresso as denúncias de superfaturamento em obras e pagamento de propina na pasta e órgãos correlatos.
Deputados e senadores do PR vão apresentar a partir de amanhã requerimentos em comissões da Câmara e no Senado com convites para o ministro depor no Congresso.
A estratégia dos aliados do ministro é se antecipar aos pedidos de convocação que serão apresentados pela oposição --numa tentativa de mostrar a disposição de colaborar com as investigações.
"Ninguém fica confortável quando você é atingido no seu nome. Mantido no cargo ele está pela presidente da República. Agora é um cidadão que está sendo exposto", disse o líder do PR no Senado, Magno Malta (ES).
"O ministro se colocou completamente à disposição da presidente da República e ela resolve prestigiar o Alfredo por conhecer a história dele. Não dá pra ficar derrubando ministro toda hora", afirmou Malta.
Senadores do partido atribuem as denúncias contra Nascimento e membros do PR ao "fogo amigo" dentro da base governista.
Em defesa do diretor-afastado do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Luiz Antonio Pagot, o senador Blairo Maggi (PR-MT) disse que o diretor apresentou pedido de licença à presidente Dilma para se afastar do cargo enquanto durarem as investigações. Pagot é afilhado político do senador.
"Ele fez um grande trabalho no Dnit, fez mudanças substanciais", disse. Sobre a decisão de Dilma afastar Pagot e outros suspeitos de envolvimento nas denúncias, Maggi desconversou. "Manda quem pode, obedece quem tem juízo."
NOTA
Após o encontro com Nascimento, as bancadas do PR na Câmara e no Senado divulgaram nota para reafirmar a confiança no ministro e criticar "condenações prévias" de membros do partido suspeitos de envolvimento nas denúncias.
"Rechaçamos o denuncismo sem prova, criando um estado de terror e desconfiança através de ilações sem a prévia defesa dos citados, devendo ser concedido ao menos o benefício legal da dúvida", diz o partido.
Os líderes não mencionam, porém, os quatro afastados pela presidente após as denúncias reveladas pela revista "Veja": além de Pagot, deixaram seus cargos o diretor-presidente da Valec (Engenharia, Construções e Ferrovias S.A.), José Francisco das Neves, o chefe de gabinete do ministro, Mauro Barbosa e o assessor Luís Tito Bonvini.
Na nota, lideranças do PR afirmam que o partido se preocupa com o "dever das instituições em proteger a honra de qualquer cidadão até que prove contra a sua conduta".
"As medidas adotadas pelo ministro manifestadas por nota oficial rechaçam ilações ou relatos de que tenha autorizado, endossado ou sido conivente com a prática de quaisquer atos político-partidários envolvendo ações e projetos do ministério", diz o texto.
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