Nas últimas eleições presidenciais nos Estados Unidos, um dos assuntos mais comentados foi o uso das redes sociais na internet pela candidatura de Barack Obama.
A força dessas redes nas eleições norte-americanas chamou a atenção de vários países, atraiu presidentes como o venezuelano Hugo Chávez e entrou nas eleições deste ano no Brasil. Os quatro principais candidatos à presidência da República no Brasil já aderiram, por exemplo, ao Twitter. Um dos primeiros a aderir ao Twitter foi o candidato José Serra (PSDB). Há pouco mais de um ano, Serra dedica algumas horas de suas madrugadas conversando com os tuiteiros. Os candidatos Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) também estão conectados a essa rede. Eles aproveitam o espaço para conversar com seus militantes e eleitores e para informar, por exemplo, em que cidade estarão ou para que veículo de imprensa darão entrevista.
A importância das redes sociais nas eleições presidenciais deste ano fez com que os partidos criassem uma coordenação especificamente sobre o assunto. No PT, o estrategista da campanha do partido na web é Marcelo Branco. No PSDB, o responsável é Sérgio Caruso. No PV, Nilson de Oliveira responde pela comunicação da campanha. E no PSOL, partido em que ainda não foi estabelecida uma coordenação específica para a internet, Márcio Bento responde pela comunicação do partido em São Paulo. Com isso, os candidatos à Presidência já estão hoje, além do Twitter, no orkut, no Facebook e no YouTube. Nenhum deles soube estimar quanto os partidos estão investindo ou gastando nessa área, mas todos ressaltaram a importância das redes sociais para as eleições deste ano.
Para o P-SOL, que não vai ter o mesmo tempo de TV dos outros partidos e não vai ter financiamento de grandes empresas, bancos e empreiteiras, a internet passa a ser algo fundamental e estratégica porque pode ser um espaço com melhores condições de utilização. Temos expectativa de utilizar a internet como um espaço mais democrático e amplo, disse Márcio Bento, em entrevista por telefone à Agência Brasil. O eleitor ganha mais um espaço de comunicação, a oportunidade de entrar em contato direto e sem intermediários com as campanhas e os candidatos. Acho que isso vai fazer com que o debate ganhe uma maior audiência, uma maior interação, uma maior troca de ideias, e vai enriquecer a formulação de todos os candidatos, disse Nilson de Oliveira, em entrevista à TV Brasil.
Ao participarem do info@trends , em São Paulo, para discutir a questão da campanha eleitoral na web e as táticas para ganhar o voto do internauta, Marcelo Branco e Sérgio Caruso reconheceram a importância do instrumento, mas divergiram sobre o peso das redes sociais na campanha. Para Branco, a internet pode ser decisiva no processo político eleitoral na medida em que ela forma opinião e argumentos. Na avaliação do coordenador da campanha do PT, a internet muda a qualidade do debate e da democracia. Milhões de cidadãos que não participavam do debate político eleitoral, com sua voz, seu texto, seu vídeo, vão ter essa oportunidade pela primeira vez.
A opinião do coordenador da campanha do PSDB, no entanto, é de que a internet faz parte da vida das pessoas, mas a briga política, em sua visão, ocorre realmente na rua, com as pessoas de verdade. É uma falácia acharmos ou defendermos a ideia de que essa é uma eleição da internet e de que ela vai ganhar a eleição, afirmou Caruso. Para Gil Castilho, diretora da Associação Brasileira de Consultores Políticos, a internet não vai ser determinante na campanha. Haverá uma grande participação das pessoas que estão ligadas à internet, mas não acredito que ela seja determinante no processo eleitoral como um todo, principalmente nas campanhas majoritárias. Mas ela vai fazer ter um grande peso para a militância e a mobilização. De acordo com ela, ao usar as redes sociais, os candidatos devem ser fiéis ao que são fora da rede. É importante ter uma imagem nos meios digitais que esteja em consonância com a sua imagem real, destacou.
A ideia dos candidatos, segundo os coordenadores, é de continuar a fazer uso das redes caso sejam eleitos, repetindo a atitude do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
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