Pedestres são as maiores vítimas do trânsito em SP, diz pesquisa

Pedestres são as maiores vítimas do trânsito em SP, diz pesquisa

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:46

O trânsito de São Paulo vitimou 1.357 pessoas no ano passado, aponta uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (20) pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Os acidentes ocorrem quase sempre nas mesmas situações: no fim de semana, de noite e com motoristas alcoolizados.   As maiores vítimas são os pedestres: foram 630 mortos em 2010 só na capital paulista, segundo dados da Secretaria Municipal de Transportes. Em seguida vem os motociclistas, com 478 vítimas. A maior parte dos acidentes acontece no fim de semana, especialmente na noite de sábado e madrugada de sábado para domingo.

“A bebida alcoólica, a droga, a fadiga e o sono são os fatores principais que vão desencadear esses acidentes de fim de semana, que são gravíssimos”, explica Dirceu Rodrigues Alves, diretor da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet).

A Secretaria de Transportes afirma que tem investido em câmeras de monitoramento de trânsito, placas de sinalização e faixas de pedestre, além de diminuir e padronizar a velocidade em ruas e avenidas importantes, movimentadas e onde os acidentes fatais não são raros. No Corredor Norte- Sul, por exemplo, o limite de velocidade foi reduzido de 80 para 70 km por hora.

“Todas as cidades do mundo onde há um programa efetivo e eficiente de redução do número de acidentes e mortes no trânsito fizeram um estudo e uma readequação para baixo da velocidade máxima permitida por dois motivos. Primeiro, porque você reduz a possibilidade de acidente. O tempo fica mais adequado à reação. A segunda questão é que, havendo um acidente, ele tem um potencial de gravidade muito reduzido. É significativamente menor quando você reduz dez quilômetros por hora, por exemplo, nessa velocidade máxima”, reforçou o diretor da Abramet.

Na briga pelo tempo e pelo espaço, a pressa acaba mandando. “Em São Paulo é complicado ser motorista e também é complicado ser pedestre. As pessoas acabam infringindo a regra, fazendo do carro como se fosse uma arma”, disse o músico Rafael Lima.

“Ninguém respeita ninguém. Os motoqueiros sempre são os culpados, e os motoristas sempre são os bonzinhos”, opinou o motoboy Ronaldo Cândido Oliveira. Quem enfrenta as ruas pedalando sabe dos riscos que corre. “Tem de ter coragem”, afirmou a diarista Maria Cristina da Silva.

Os números apontam para uma cidade com trânsito violento, muito distante do que espera o público que vive na cidade. “É muito violento, não tem o mínimo de respeito por ninguém. Minha neta saiu da escola, o carro não buzinou, não deu sinal e passou em cima do pezinho dela. Ela está com o pé mancando”, lamenta a manicure Amália Francisca dos Santos.

Ainda em São Paulo, em algumas vias movimentadas eles estão proibidos de circular, mas parece que só isso não está sendo suficiente. “Como melhorar essa relação motociclista-motorista? Primeiro, tentando acabar com nossa impunidade generalizada que temos em relação ao trânsito; segundo, melhorando nossa habilitação tanto de condutores de veículos como de motos; terceiro, fazendo campanhas para todos: pedestres, motoristas e motociclistas. Nós temos condições de ter um trânsito muito mais seguro do que temos até hoje”, afirma o presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos, Ailton Brasiliense.

Na capital paulista, as marginais Tietê e Pinheiros são as que concentram o maior número de acidentes de trânsito com mortes. E é no Centro da cidade que acontece a maior parte dos atropelamentos com mortes.          

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