Petrópolis precisará de pelo menos R$ 200 milhões, diz prefeito

Petrópolis precisará de pelo menos R$ 200 milhões, diz prefeito

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:00

O prefeito de Petrópolis, um dos municípios mais afetados pelas fortes chuvas que atingiram a região serrana do Rio, Paulo Mustrangi, disse, na manhã desta quinta-feira (13), que é difícil dimensionar o quanto será preciso para recuperar a cidade.

- Não vamos precisar de menos de R$200 milhões para reconstruir a cidade, é difícil dimensionar. As perdas materiais são muito grandes, vamos precisar de muitos recursos para recuperá-las. Não adianta colocar as pessoas no aluguel social, precisamos de dinheiro para construir casas e recuperar os locais atingidos pelas chuvas. Há vários pontos precisando de intervenções e vários desabrigados.

A presidente Dilma Rousseff sobrevoará, nesta quinta, de helicóptero as áreas mais afetadas pelo temporal. Ela assinou nesta quarta-feira a medida provisória que libera R$ 780 milhões em créditos extraordinários para os municípios afetados pelas fortes chuvas que atingiram o Rio de Janeiro, São Paulo e outras localidades.

- Vamos falar com a presidente Dilma Rousseff, nós precisamos de esforços para reconstruir nossa cidade. A enchente foi tão forte quanto a de 1988.

Chuvas castigam região serrana

O número de mortos em decorrência das chuvas que atingem a região serrana do Rio já passa de 300, na manhã desta quinta-feira. Segundo a informações passada pela assessoria da prefeitura de Friburgo, até o fim da noite, eram 155 mortos. De acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente e Defesa Civil de Teresópolis, Flávio Luiz de Castro, mais 16 corpos foram levados para o IML do município no início da manhã. No final da noite desta quarta, o número de mortos na região era de 130. Em Petrópolis, o prefito Paulo Mustrangi confirmou 34 mortes até as 22h30 de quarta.

Com mais de 130 mortes, Teresópolis enfrenta sua maior tragédia. Segundo o coronel Flávio Castro, da Defesa Civil, o número de desabrigados passa de 900 e já são mais de 1.200 desalojados no município.

- Esse é o maior desastre de toda a história de Teresópolis. O número de vítimas pode aumentar. Nossa maior dificuldade é a questão do acesso. Ao todo, são mil homens trabalhando.

Em Nova Friburgo, o número de mortos também já passa de cem, entre as vítimas estão três bombeiros. Em Petrópolis, as mortes ocorreram nas localidades Ponte Vermelha, Gentil, Madame Machado e Brejal, de com o último boletim divulgado pela Secretaria de Saúde e Defesa Civil do Estado. As autoridades acreditam que o número de mortes na cidade pode passar dos 40.

A presidente Dilma Rousseff assinou nesta quarta-feira (12) a medida provisória que libera R$ 780 milhões em créditos extraordinários para os municípios afetados pelas fortes chuvas que atingiram o Rio de Janeiro, São Paulo e outras localidades.

Problemas antigos

A população das localidades de Benfica e Vale do Cuiabá, em Itaipava, distrito de Petrópolis, na região serrana do Rio, está acostumada a sofrer com a força das chuvas. Quem mora próximo ao rio Santo Antônio sente mais os efeitos das cheias. No entanto, os relatos dos sobreviventes dizem que nunca a água chegou ao nível que alcançou desta vez.

Nério da Costa Mesquita, de 83 anos, alugava uma casa em Benfica e perdeu tudo. Só lhe restou a roupa do corpo.

- Começamos a levantar as coisas, mas não imaginamos que a água ia subir tanto. Foi muita água. Agora tenho de esperar, sem água [para beber], sem mantimento, sem nada.

O proprietário da casa de Mesquita, Nilson Moreira de Macedo, que mora no mesmo terreno, também mantinha uma oficina na área. Ele perdeu o local onde morava e todos os objetos de trabalho.

- Não afetou só minha casa, mas o local de trabalho. Moro aqui há 35 anos. Nunca vi nada assim.

O Hemorio (Instituto Estadual de Hematologia do Rio de Janeiro) informou que precisa de cerca de 300 bolsas de sangue para enviar para a região serrana, principalmente Teresópolis e Nova Friburgo. Segundo a assessoria do instituto, as cidades atingidas pelas chuvas têm grande número de vítimas que necessitam de transfusão de sangue.

O Hemorio pede para que a população compareça ao hemocentro ou a dos 26 postos de coleta de sangue no Estado. Segundo o instituto, janeiro é um mês em que, tradicionalmente, o número de doadores cai. Para doar sangue é preciso ter entre 18 e 65 anos, pesar mais de 50 quilos, estar bem de saúde e trazer um documento oficial de identidade com foto. Entre a triagem e a doação, todo o processo leva cerca de uma hora.

O Hemorio fica na rua Frei Caneca, 8, no centro. O horário de funcionamento é das 7h às 18h, todos os dias, inclusive aos sábados, domingos e feriados. Para mais informações, o hemocentro oferece o 0800-282 0708 para tirar dúvidas e agendar horário para a doação.    

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