Um aviso sobre a aproximação de uma chuva forte na noite de segunda-feira (10) levou a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), na Zona Oeste de São Paulo, a fechar os portões, evitando a entrada de mais caminhões com mercadorias. O alerta faz parte do plano preventivo de chuvas para essa região, cujas ações são discutidas há um ano por vários órgãos ligados à Prefeitura da capital paulista. Integram o plano a Defesa Civil, a Subprefeitura da Lapa e a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), por exemplo. Segundo a assessoria de imprensa do entreposto, os avisos começaram neste ano, chegam por telefone ou e-mail, e são repassados aos comerciantes. Com isso, eles podem optar por não descarregar a mercadoria. A Ceagesp diz que não participou diretamente da elaboração do plano.
Na chuva desta segunda-feira, foram perdidas 20% das melancias estocadas em um pavilhão afetado pelo alagamento são cerca de 40 toneladas ou cerca de R$ 20 mil. O maior prejuízo, segundo o entreposto, foi a interrupção do atendimento por cerca de sete horas por causa da água que invadiu o local. Em janeiro do ano passado, uma enchente no entreposto estragou quase 560 toneladas de melancias e abacaxis. Somado ao fechamento do entreposto, o prejuízo chegou a R$ 15 milhões.
O coordenador da Defesa Civil municipal, coronel Jair Paca da Lima, diz que ações na região são discutidas há mais de um ano e esbarram em alguns detalhes. O grande problema hoje que persiste é para onde encaminhar os caminhões da Ceagesp, porque é uma grande quantidade e, soado o alarme, para onde você deve conduzi-los?, questiona. O plano prevê a instalação de sirenes na região para alertar sobre a possibilidade de enchentes.
Segundo ele, são realizadas reuniões constantes sobre o tema. Está evoluindo e já tem bastante coisa definida. Cada vez que alaga ali [na Ceagesp] é um grande prejuízo e quem paga é a população. É um trabalho conjunto, que envolve vários órgãos. É como orquestra, tem que afinar todos os instrumentos, compara. Apesar de nem todos os detalhes estarem acertados, algumas ações já começaram, como o aviso no caso de chuvas com potencial de alagamento.
Cheias na região
O entorno da Ceagesp fica alagado porque é uma região baixa da cidade, segundo a Defesa Civil. Quando o sistema de drenagem do Rio Pinheiros não consegue escoar o grande volume de água, ela acaba invadindo as ruas dessa área da cidade. O problema também ocorre por causa do lixo produzido na região, como caixas de madeira comercializadas ilegalmente, o que provoca o entupimento de galerias.
O G1 procurou desde sexta-feira (7) a Subprefeitura da Lapa e, nesta terça-feira (11), a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras solicitando informações e uma entrevista com outros detalhes sobre o plano para a região da Ceagesp, mas não obteve retorno até a publicação da reportagem.
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