A Polícia Militar prepara nesta quinta-feira, 22, novas operações em favelas do Rio. ''Estão sendo planejadas grandes ações, mas ainda não podemos adiantar nada'', disse o capitão Ivan Blaz, relações públicas do Batalhão de Operações Especiais (Bope). Houve troca de tiros entre policiais civis e supostos traficantes em duas favelas do subúrbio.
A Polícia Civil está com cerca de 80 policiais da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA) de uma operação nas favelas de Parada de Lucas e Vigário Geral, no subúrbio do Rio.
Houve troca de tiros quando os policiais chegaram às favelas, mas não há registro de feridos. Os policiais tiveram que remover manilhas e entulho deixados no meio da rua por traficantes para dificultar a movimentação da polícia.
Durante a madrugada, homens do Bope percorreram o Morro São João, na Zona Norte, mas nada foi apreendido e ninguém foi preso.
Segundo Blaz, os policiais deixaram a comunidade por volta das 6h sem registro de novos confrontos. A PM mantém carros da polícia em vários acessos do morro.
Um comerciante conta que é cada vez mais comum moradores descerem o morro à noite de mudança. ''Ontem (21) mesmo tinha um morador descendo com geladeira, televisão e fogão. As pessoas querem sair daqui'', disse o homem sem se identificar.
Desde o início dos confrontos, no sábado (17), foram contabilizadas 35 mortes. Um helicóptero da PM foi abatido e três policiais morreram.
Medo do fogo cruzado
Na quarta-feira (21), um morador contou que sua maior preocupação hoje é ficar no meio do fogo cruzado. Há quatro dias, ele não volta para sua casa no Morro São João. Ele diz que se comunica com a família apenas por telefone e dorme todas as noites no trabalho.
''Hoje eu subi (o morro) para pegar roupa e uma escova de dente, mas desci rapidinho porque se não, a gente fica no meio do caminho. A comida a gente se vira na rua, porque se ficar lá em cima eles matam mesmo. Estou me sentindo ilhado''. ''Eles'', segundo o morador, são os traficantes do Morro dos Macacos, facção rival e principal responsável pelos conflitos que começaram no sábado (17).
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