A Polícia Civil aguarda nesta quinta-feira (23) que o Hospital do MBoi Mirim, na Zona Sul de São Paulo, desligue os aparelhos que mantém a respiração artificial do estudante Leonardo Bento do Amaral, de 17 anos, para indiciar por homicídio culposo a soldada da Polícia Militar que atirou na cabeça do adolescente na quarta-feira (22). A vítima teve morte encefálica detectada pelo Hospital das Clínicas na madrugada desta quinta. Em sua defesa, a policial alega que o disparo foi acidental. Testemunhas dão outra versão e dizem que a policial teve a intenção de atirar.
O desligamento dos aparelhos deve ocorrer após o meio-dia desta quinta, tempo previsto para o trâmite para confirmar o diagnóstico da morte encefálica de Leonardo, segundo a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde. Neste caso, a PM terá de pagar uma fiança de cerca de R$ 500 para responder ao crime em liberdade. Apesar disso, a soldado será recolhida e levada para o Presídio Romão Gomes, na Zona Norte da capital, onde ficará presa administrativamente.
Até as 9h desta quinta, a policial militar se encontrava detida no 92º Distrito Policial, no Parque Santo Antonio, também na Zona Sul. Em nota, a assessoria de imprensa da PM informou que a soldado alegou em sua defesa que o disparo que atingiu o jovem foi acidental. De acordo com o órgão, a policial e um colega haviam sido acionados na tarde de quarta (22) para atender uma ocorrência na estrada M'Boi Mirim, em frente à Escola Estadual Luiz Magalhães de Araújo, onde Leonardo estudava. Segundo a PM, alunos estavam fazendo barulho em frente ao local.
Na versão da policial militar, ela desceu do carro da PM e logo foi cercada pelos manifestantes que tentaram tirar sua arma e ouve o disparo. Leonardo estava a menos de dez metros de distância da confusão e foi atingido na cabeça.
Dário dos Santos, que estava na local, deu outra versão. Afirmou que a policial desceu do carro disparando. Outra testemunha disse que Leonardo foi atingido quando ia subir numa moto. Íamos embora, quando a policial não falou nada. Depois, vi o meu amigo baleado, declarou o jovem que não quis se identificar.
Segundo o delegado titular do 92º DP, Carlos Alberto Delaye, pelo menos dez pessoas já foram ouvidas no inquérito. Apesar disso, só poderemos colocar no boletim de ocorrência que houve homicídio quando o hospital nos comunicar que desligou os aparelhos do jovem. Antes disso, a policial continua aqui no distrito para a finalização do BO, disse o delegado ao G1 .
Oficias da PM que estavam no distrito não permitiram a reportagem conversar com a policial. Disseram que ela já constituiu um advogado particular. Apesar disso, ele não foi localizado para comentar o assunto.
Segundo a família da vítima, Leonardo será enterrado no Cemitério das Cerejeiras. Estamos revoltados. A policial atira e faz isso com meu sobrinho e ainda vai continuar solta?, disse a tia do estudante Cristina Bento, de 29 anos.
Postado por: Guilherme Pilão
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