Dez mil crianças participam hoje, 10 de dezembro, da segunda formatura das turmas do Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd), desenvolvido pela Polícia Militar (PM) do Distrito Federal em escolas públicas e particulares. Eles fazem parte do grupo de 250 mil alunos que já passaram pelo programa em seus dez anos de existência no DF.
Baseado numa iniciativa da polícia americana para resistência ao uso de drogas e aplicado em 60 países, o Proerd começou no Brasil em 1992, por meio da PM do Rio de Janeiro, e desde 2002 é adotado em todos os estados. O foco do programa, de caráter preventivo, são estudantes do 5º ano do ensino fundamental, crianças com idade entre 8 e 12 anos, faixa etária em que, segundo as pesquisas, mais ocorre o contato inicial com as drogas.
Segundo o coordenador do Proerd no Distrito Federal, tenente Márcio Alves, durante dez semanas os estudantes recebem uma série de orientações de policiais militares especialmente treinados para desenvolver atividades didáticas com crianças. As aulas incluem desde informações para reconhecer os tipos de droga e sua ação no organismo, até técnicas para desenvolver auto-confiança e aprender a lidar com o estresse e situações de conflito. Além disso, são trabalhadas habilidades para reconhecer e resistir à pressão de companheiros pelo uso de álcool, cigarros e outras drogas, assim como o envolvimento com gangues.
"O policial vai às escolas e passa lições com material específico, o chamado Livro do Estudante, com vários tipos de conteúdo, como auto-estima, amor próprio, efeitos maléficos das drogas", explica o tenente. Um dos objetivos centrais é fortalecer a atitude positiva das crianças em relação às autoridades e o respeito às leis, desmistificando inclusive propagandas que transmitem a idéia de que para obter sucesso deve-se usar determinadas drogas.
Pela definição da Organização Mundial de Saúde, droga é toda e qualquer substância que não seja alimento e altere o funcionamento do corpo e da mente. Segundo o tenente, a recepção dos alunos ao trabalho de prevenção, que abrange desde casos de intoxicação por produtos de limpeza até o contato dos pré-adolescentes com cerveja e cigarro em festas familiares, é "incrível". "Explicamos os prejuízos a quem utiliza essas substâncias e instruímos sobre como dizer o primeiro não", relatou.
Tomando como base pesquisas que identificaram fatores sociais e protetores ligados à família, escola e comunidade para fortalecer a resistência nos jovens e sua capacidade de crescer de forma independente e saudável, as atividades também buscam envolver os pais na luta contra as drogas.
Ao final do programa, as crianças participam de uma solenidade de formatura com a presença da família, professores e representantes da comunidade. Os alunos recebem um certificado de participação e fazem um juramento se comprometendo a ficar longe das drogas e da violência.
Depois de concluir o programa, "o aluno é considerado um multiplicador do dizer não às drogas e poder passar isso para as pessoas que estão à sua volta, como a família, seus colegas e todos aqueles que precisam", afirmou o coordenador.
Postado por: Claudia Moraes
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