Dos crimes relacionados aos ataques de maio de 2006 no Estado de São Paulo em que uma facção criminosa que atua a partir dos presídios cometeu uma série de assassinatos investigados pelo DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa), apenas 12,9% dos casos que resultaram na morte de civis foram solucionados. Em contrapartida, 85% dos assassinatos de policiais foram esclarecidos. Os dados fazem parte do estudo feito pela Clínica Internacional de Diretos Humanos de Harvard em parceria com a ONG Justiça Global e foram divulgados na manhã desta segunda-feira (9) em coletiva na região central de São Paulo.
Para diretora da Justiça Global, Sandra Carvalho, no caso dos crimes que foram investigados por outras polícias, além do DHPP, o número de esclarecimentos de mortes de civis pode ser ainda menor.
- A grande maioria foi arquivada sem esclarecimento. Houve uma falta de apuração efetiva.
Novos ataques
O relatório apresentado nesta segunda aponta ainda a possibilidade de uma nova onda de ataques ocorrer a qualquer momento no Estado. Segundo o principal autor do estudo, Fernando Delgado, há indícios de um acordo entre a facção criminosa responsável pelos ataques de maio e a polícia dentro dos presídios.
- O risco é bastante considerável. Existem indícios desse acordo [entre a facção e policiais]. Há uma denúncia de que há um domínio do PCC em [penitenciária] Avaré 1.
De acordo com Delgado, também existem denúncias feitas por presos sobre Avaré 1. Segundo eles, o local tem bastante opressão por parte da facção criminosa.
Além do suposto poder da quadrilha na penitenciária, o estudioso acrescenta que o atual período de calmaria pelo qual passam os presídios de São Paulo é inexplicável, semelhante ao que ocorreu antes dos ataques de 2006.
Conhecimento
O relatório divulgado nesta segunda aponta ainda que a polícia sabia que os ataques de maio aconteceriam e que há uma falha constante na investigação desses casos em que agentes públicos morreram.
A reportagem do R7 entrou em contato com a SSP (Secretaria da Segurança Pública), mas até a publicação desta notícia, o órgão não se pronunciou sobre o estudo.
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