Polícia vai rastrear ligações telefônicas para identificar assassinos

Polícia vai rastrear ligações telefônicas para identificar assassinos

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:30

 A Justiça do Rio decretou a quebra do sigilo das antenas de telefonia que cobrem a região onde a juíza Patrícia Acioli foi assassinada com 21 tiros no último dia 12 agosto em Niterói, região metropolitana. As antenas do entorno do Fórum de São Gonçalo também serão alvo de investigação da DH (Divisão de Homicídios).

O pedido foi feito pela Polícia Civil para saber se os criminosos usaram celulares para monitorar os passos da magistrada no dia do crime. Com isso, os investigadores esperam conseguir identificar os telefones usados pelos assassinos e traçar o trajeto percorrido por eles. Parentes da juíza receberam ligações anônimas de que os bandidos teriam seguido Patrícia do Fórum de São Gonçalo até a casa dela – conforme informou o R7 .

A DH analisa três processos de grupos de extermínio e máfia de vans de São Gonçalo que seriam julgados pela juíza. Para os investigadores, os assassinos podem ser um dos réus dos processos. O levantamento das antenas pode revelar se eles estariam de fato envolvidos na morte da magistrada.

Com as informações das empresas de telefonia, será possível também saber se algum dos 91 policiais militares que respondem por homicídio na 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, onde Patrícia era titular, estava no local do assassinato.

Comandante da PM admite participação de policiais

O comandante da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio Duarte, disse que não tem mais dúvidas da participação de policiais militares no assassinato da juíza Patrícia Acioli. Na segunda-feira (22), ele afirmou que, se eles não atuaram diretamente no crime, pelo menos participaram do plano de matar a magistrada. Mário Sérgio também disse que vai expulsar os PMs que possam estar envolvidos no caso.

Segundo a Polícia Civil, a munição usada para matar a juíza pertencia a um lote de 10 mil balas comprado para abastecer os batalhõe s de São Gonçalo (7º BPM) e de Campos (8º BPM). A polícia também trabalha com a hipótese de que o material tenha sido desviado dessas unidades.

TJ pede transferência de PMs

Conhecida por sua atuação rigorosa, a magistrada assassinada tinha um histórico de condenações contra policiais. Patrícia estava organizando uma força-tarefa para investigar crimes cometidos por policiais militares envolvidos com milícias em conjunto com a Corregedoria da PM e promotores do Ministério Público.

O presidente do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro), Manoel Alberto Rebêlo, pediu a transferência dos policiais militares que são réus em processos da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo. Na sexta-feira (19), Rebêlo entregou à Secretaria Estadual de Segurança Pública a lista com os nomes dos PMs do Batalhão do 7º BPM que serão transferidos para outros batalhões no Estado.

50 autos de resistência

Dos 1.305 processos que constam na 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, 50 casos envolvem autos de resistência (quando o policial mata alegando legítima defesa), segundo o juiz Fábio Uchoa, que substituiu a juíza Patrícia Acioli. Ainda de acordo com Uchoa, até o fim do ano serão julgados dois crimes envolvendo policiais e ex-policiais.

Juíza tinha inimigos até na Polícia Civil

Documentos obtidos pela Rede Record mostram ainda que a juíza tinha inimigos até mesmo dentro da Polícia Civil. De acordo com os documentos, Patrícia desmontou um esquema de corrupção que funcionava dentro de uma carceragem da Polinter de Neves, em São Gonçalo, e por isso estava sendo ameaçada. Uma cópia do documento foi enviada para a DH (Divisão de Homicídios).          

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