O patrulheiro da Polícia Rodoviária Federal, Allinson Francelino Primo, ficou calado e não respondeu nenhuma pergunta durante depoimento ao delegado Leonardo Barreto. O policial é acusado de matar, na cidade de Paramoti, a 96 quilômetros de Fortaleza, o ceramista Francisco Benedito Barbosa Gama, de 36 anos,
O acusado chegou ao Departamento de Inteligência Policial (DIP), na Superintendência da Policia Civil, às 10 horas. Lá, ele permaneceu em silêncio até o meio-dia, quando saiu usando uma balaclava e fortemente escoltado por policiais civis. Allinson se encontra recolhido no Quartel do 5º Batalhão da PM, no bairro José Bonifácio, por força de um mandado de prisão preventiva.
O delegado Leonardo Barreto, da delegacia de Aracoiaba, designado para presidir o inquérito sobre o assassinato do ceramista, disse ao O POVO que o silêncio do acusado é um direito que o assiste de acordo com a Constituição. Ele pode falar somente na Justiça sobre a acusação de haver
praticado um crime.
O delegado disse ainda que já tem informações suficientes para indiciar o patrulheiro por crime doloso qualificado. Contou que já anexou ao inquérito o laudo do exame cadavérico procedido no corpo da vítima. Falta, no entanto, segundo ele, o laudo do exame residuográfico feito na vitima. O delegado informou que irá fazer a reconstituição do crime. Ainda conforme ele, já foram ouvidas 12 testemunhas do crime, inclusive a mulher que conversava com o acusado no interior de um Vectra preto no momento em que aconteceu o crime.
Depois que receber todos os laudos, irei relatar o inquérito e, em seguida, remetê-lo à Justiça, afirmou o delegado, acrescentando que o acusado já havia prestado depoimento na delegacia de Canindé, quando se apresentou espontaneamente após o crime.
Crime
O crime ocorreu no dia 25 do mês passado. Segundo a Polícia, o patrulheiro conversava com uma mulher dentro de um Vectra, quando o ceramista apareceu na garupa de uma moto conduzida por João Batista Junior. A vítima teria tentado pular o muro de sua casa, por ter esquecido a chave do portão. Foi quando o acusado disparou contra ele. O acusado teria pensado que a vítima tratava-se de um ladrão, conforme relatara em seu depoimento na Delegacia Regional de Policia de Canindé.
O caso comoveu a população de Paramoti, onde a vitima era bastante conhecida. Por causa da morte, os festejos de Santana, padroeira do município, foram cancelados.
Postado por: Thatiane de Souza
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