Alckmin se reúne com representantes do setor
de motos (Foto: Juliana Cardilli/G1) O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse nesta terça-feira (6) que a população do estado que utiliza motos como meio de transporte não pode ser punida ao comentar o projeto de lei que prevê a proibição de garupas no veículo. Alckmin recebeu representantes de motociclistas nesta terça para discutir o projeto, que foi aprovado na Assembleia Legislativa e depende da aprovação do governador para entrar em vigor.
Nós temos uma preocupação enorme com a questão da segurança, mas precisamos ter cuidado para não punir o trabalhador e a população de menor renda, que utiliza como meio de transporte ou de trabalho as motocicletas, afirmou. A partir de agosto do ano que vem, por lei federal, todo motofrete já será proibido levar garupa. Isso vai valer para o Brasil inteiro. O governador tem até o dia 18 de dezembro para decidir se irá sancionar ou vetar a lei. Até lá, ele pretende ouvir outros setores envolvidos, como o de segurança. Nesta terça, ele recebeu representantes do Sindicato dos Mensageiros, Motociclistas e Ciclistas de São Paulo (Sindimoto), da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) e da Federaçaõ Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
Segundo o deputado Jooji Hato (PMDB), autor da lei, os objetivos são diminuir os acidentes e combater o crime. A maior parte dos assaltos no trânsito é feita por garupas. O garupa com o visor escurecido ou espelhado não é identificado e, com a moto, foge em alta velocidade, disse.
Alckmin lembrou que o projeto que veta garupas nas motos já foi aprovado pela Câmara de Vereadores de São Paulo, mas vetado pelo município. Na época, o veto ocorreu pelo entendimento de que apenas leis federais podem alterar a legislação de trânsito. Essa é uma questão constitucional que também vai ser verificada pela Procuradoria Geral do Estado, afirmou.
O governador afirmou que os representantes das categorias envolvidas no assunto ressaltaram que o projeto vale apenas para os dias de semana aos fins de semana as garupas serão permitidas. A maioria das ações criminosos ocorrem nos fins de semana, quando saem as motos mais chiques, mais caras, o pessoal acaba sendo roubado exatamente no fim de semana, afirmou Alckmin.
Se sancionada pelo governador, a lei irá valer apenas nas cidades paulistas com mais de 1 milhão de habitantes, como São Paulo e Guarulhos.
O projeto de número 485 também torna obrigatória a fixação do número da placa da moto no capacete e em coletes. Os caracteres devem estar legíveis e em cor fluorescente para que possam ser vistos inclusive durante a noite. Quem descumprir as determinações receberá multa de R$ 130.
Gilberto de Almeida dos Santos, presidente do Sindimoto, ressaltou que os crimes cometidos por motos são exceções e que a simples proibição das garupas não irá resolver o problema. Vai só punir realmente o trabalhador de bem que utiliza a moto para ir para a casa dele. A moto é um meio de transporte, pessoas mal intencionadas que utilizam a moto para combater um tipo ou outro de delinquência.
Medidas
Alckmin também afirmou que já está tomando medidas para reduzir os crimes cometidos por motociclistas e contra motociclistas. Tem a Operação Cavalo de Aço, a polícia abordando os motociclistas, parando, retirando aqueles que estão irregulares, e vamos estudar a possibilidade de ter grupos intensivos só para trabalhar com essa questão, afirmou. Temos também uma equipe grande dei investigação para prender quadrilhas, atuar firme na questão dos desmanches e receptadores.
Além disso, o governo está ampliando o número de vagas no curso de direção defensiva e legislação oferecido por meio da Secretaria de Emprego e Relações de Trabalho atualmente, 9 mil vagas já foram criadas.
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