População teme retirada de creche de área na Zona Sul de SP

População teme retirada de creche de área na Zona Sul de SP

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:52

Moradores e pessoas que trabalham no bairro do Itaim Bibi, na Zona Sul de São Paulo, estão preocupados com um projeto da Prefeitura. A administração municipal pretende vender para a iniciativa privada uma área onde atualmente funcionam vários serviços: creche, escola, biblioteca, posto de saúde e uma unidade da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae).

As mães reclamam que vão ter que parar de trabalhar pois não terão onde deixar os filhos. “Se isso acabar eu não tenho com quem deixá-la o meu trabalho com certeza perderei porque ou eu trabalho ou cuido dela e como vou sustentá-la”, contou a vendedora Elizandra Quinzane.

A população também teme ficar sem atendimento médico perto de casa. “Tem clinico geral, tem otorrino, ginecologista, psiquiatra, ortopedista, várias especialidades, e o povo vai ficar como, porque nós não temos convênio”, afirmou a desempregada Dione Leite.

O medo da população é de que todos os serviços existentes no terreno de 20 mil metros quadrados desapareçam. A área é cobiçada, pois fica em um dos bairros mais nobres e caros da capital paulista, e é avaliada em R$ 250 milhões.

Os atendimentos também ajudam pessoas de outros bairros. “A maioria trabalha aqui mesmo no bairro, vem de fora, bem cedo, levantam 5h. São as empregadas domésticas, as vendedoras de lojas do bairro”, explicou Fátima de Almeida, coordenadora pedagógica da creche.

É o caso da empregada doméstica Maria Aparecida Silva, que vive em Santo Amaro e trabalho no Itaim Bibi. Sem a creche, vai ser difícil continuar no emprego. “Onde eu moro não tem como deixar ele porque não tem creche, não tem com quem deixar mesmo, como é que eu vou sair de casa 5h da manhã e vou deixar ele com quem? Todo mundo trabalha, todo mundo precisa”, afirmou.

Na Apae, 164 pessoas não sabem o que será do futuro. No mais movimentado posto de saúde do bairro, os 800 pacientes diários também têm dúvidas. No Centro de Assistência Psicossocial, passam mil pessoas todos os meses.

A Prefeitura, entretanto, diz que apenas a Apae vai sair do bairro – os outros serviços serão transferidos para um prédio melhor, que será construído no mesmo local. Ele vai ficar na parte da área que irá continuar com o poder público. E quem comprar o terreno terá como exigência a construção de 200 creches na cidade.

“Eles vão permanecer exatamente onde se encontram, só que em prédios modernos, mais eficientes, e não aqueles prédios que estão lá, que são da década de 1940, 1950”, afirmou Marcos Cintra, secretário de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho.

A Prefeitura informou que ainda está avaliando o valor do terreno para poder lançar o edital de venda no próximo mês. A Apae dise que está aguardando uma posição oficial da Prefeitura para poder decidir o que será feito com a unidade que funciona no terreno.    

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