Um decreto que nasceu para deixar os padrões de qualidade do ar no Estado de São Paulo mais rígidos terá, na prática, um efeito contrário por ao menos cinco anos.
A informação que chegará à população sobre o ozônio, gás que mais tem afetado a saúde da população paulistana nos últimos dez anos, será, via de regra, a de um ar menos poluído. No mundo real, porém, a situação continua crítica como antes.
As novas regras de medição da qualidade do ar começaram a valer em abril.
Se elas fossem usadas em fevereiro de 2012, por exemplo, época ruim para esse poluente, a situação no parque do Ibirapuera teria ficado melhor do que foi divulgado oficialmente em mais de um terço dos dias do mês, conforme cálculos feitos pela Folha.
A qualidade do ar teria recebido um conceito melhor durante 12 dias. Em 8 desses casos, em vez de "regular", a classificação da qualidade do ar medida pela Cetesb (agência ambiental paulista), pela nova medição, seria "boa".