Pouco debate em encontro entre candidatos no Rio Grande do Sul

Pouco debate em encontro entre candidatos no Rio Grande do Sul

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:13

Yeda foi principal alvo de críticas, mas não houve confrontos intensos entre propostas em sabatina promovida pela Record Foi com referências ao feriado do 20 de setembro, que comemora a Revolução Farroupilha, que todos os sete candidatos ao Piratini, que participaram do debate dessa noite, promovido pela TV Record, abriram suas falas. Mas o espírito belicoso dos gaúchos que lideraram aquela revolta não esteve presente em momento algum do encontro. Apesar das diversas críticas à atual governadora Yeda Crusius, até o confronto de propostas teve pouco espaço.

Nas falas iniciais, Aroldo Medina (PRP) criticou as pesquisas, disse que elas manipulam a opinião do eleitor e pediu “que os ideais farroupilhas te inspirem na hora de escolher”. Montesserrat Martins (PV) ressaltou a importância de cuidar dos ambientes “físico e humano”, antes de José Fogaça (PMDB) destacar a coligação com o PDT e a parceria com seu vice, Pompeo de Mattos, e defender “um Rio Grande harmônico com o Brasil, mas independente na escolha do seu destino”.

Yeda Crusius (PSDB) repetiu que o Rio Grande precisa “ser dono do seu próprio destino”, e falou que o RS está crescendo mais do que o Brasil. Carlos Schneider (PMN) recitou um poema tradicionalista, e prometeu “uma segunda Revolução Farroupilha”. Pedro Ruas (PSOL) disse que o Estado paga uma dívida com a União que “tira o sangue dos gaúchos”, e pediu a auditoria dessa dívida. Tarso Genro (PT) foi o último a falar, e defendeu que o Estado esteja vinculado ao governo federal, em desenvolvimento junto com o Brasil.

Perguntas da emissora e dos candidatos

No momento dos questionamentos direitos, Tarso disse que o Rio Grande do Sul “não tem favorecido as empresas originais daqui”, e pediu uma agenda de desenvolvimento para combater as desigualdades regionais. Disse também que o Simples Gaúcho não foi restabelecido para as pequenas empresas, e que, se eleito, fará com que as pequenas empresas voltem a ter os benefícios da época do governo Olívio Dutra. O petista encontrou-se, porém, em duas saias justas.

A primeira foi quando foi questionado por Pedro Ruas sobre o fato de a maioria dos congressistas do PT terem votado contra a regulamentação da Emenda 29. “Os 10% obrigatórios para a saúde não vem porque o seu governo não deixou regulamentar”, disse Ruas. Tarso ressaltou que é favorável à emenda, e garantiu que irá cumprir esse percentual. Mais tarde, Montesserrat Martins afirmou que, se pudesse, Tarso votaria em Marina Silva, candidata do PV à presidência, mas que as alianças não permitem. A resposta veio forte: “A minha amiga Marina só foi ministra porque o presidente Lula se elegeu, através dessa ampla aliança”, disse.

A primeira questão a José Fogaça foi sobre educação, e o peemedebista prometeu adotar um binômio: parceria e diálogo. Defendeu um “grande diálogo com o magistério para melhorar os índices de escolaridade, manter os alunos na escola”, além de buscar a qualificação dos professores.

Fogaça respondeu também sobre as isenções fiscais, e disse que são “uma das mais importantes estratégias de atração de empresas e emprego”, e que pretende dar continuidade à política adotada por Germano Rigotto, priorizando a atração de empresas para regiões necessitadas.

Yeda Crusius prometeu construir novos hospitais na Região Metropolitana, e priorizar a questão das emergências, que estão com problemas graves de superlotação. A governadora também defendeu as políticas de segurança pública, afirmando que os índices de criminalidade caíram.

Saúde e segurança, porém, foram os setores do governo Yeda mais atacados pelos adversários. Montesserrat, Ruas e Medina criticaram as ações na área da saúde, em especial a superlotação das emergências, segundo eles causada pela falta de hospitais no interior, o tratamento dado ao SUS, e o não cumprimento do que determina a Constituição sobre a quantidade de recursos a serem aplicados na área.

Sobre segurança, Medina afirmou que é necessário botar nas ruas 14 mil novos policiais, “formados em um ano, não em quatro meses, não formados nas coxas, como tem feito o atual governo”. Ruas, por sua vez, citou o autor Darcy Ribeiro, ao afirmar que “emprego, mais saúde, mais educação, é igual a segurança”. Segundo Ruas, nenhum dos três itens está sendo atendido.

As considerações finais

No encerramento do debate, os três candidatos que, segundo as pesquisas, são os favoritos, relembraram os chavões que têm repetido ao longo da campanha. Tarso disse que “gaúchos e gaúchas vão sair do isolamento em que se encontram hoje”, e que pretende estabelecer um laço de intimidade política e econômica com o governo federal.

Fogaça, por sua vez, garantiu que irá buscar “uma mudança responsável, mudança agregadora, e que não tem muito de diferente do que fizemos em Porto Alegre”, além de querer “cuidar das pessoas”. Yeda disse que o Rio Grande voltou a crescer, e que, no primeiro semestre de 2010, cresceu 16% mais do que o Brasil. Cutucando Tarso, prometeu “um Rio Grande que continue crescendo acima do Brasil”.

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