Prefeitura muda avaliação e bairros do Rio saem de lista de surto de dengue

Prefeitura muda avaliação e bairros do Rio saem de lista de surto de dengue

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:50

Apesar de o Rio apresentar, em menos de três meses, número de casos de dengue maior do que o total dos anos de 2010 e 2009 somados, a prefeitura afirmou, através de nota, que há tendência de redução de notificações da doença e que, por isso, “não está mais configurada nenhuma região com característica de alertas para surto da doença”. Isso porque, a secretaria mudou o método de avaliação do que considera surto da doença. A secretaria explicou que a classificação de locais com surto de dengue, que registram 300 casos a cada cem mil habitantes, não será mais feita considerando apenas os números acumulados de taxa de incidência. Os critérios, agora, levam em conta principalmente a análise e o acompanhamento das notificações semanais de regiões com maior incidência. O que quer dizer que, se, nas últimas semanas, uma determinada região apresentar queda no número de casos, ela sai da lista.

Até segunda-feira (21), a secretaria afirmava que mais de dez bairros da cidade apresentavam surto da dengue. Em nota divulgada na noite de terça-feira (22), a prefeitura afirmou que os bairros que “apresentaram critérios de alerta para surto e que contaram com reforço de ações para evitar disseminação dos casos" foram: Pedra de Guaratiba, Barra de Guaratiba, Saúde, Catumbi, Bonsucesso, Anil, Centro, Cocotá, Acari, Santo Cristo, Rio Comprido e Santa Teresa.

Os bairros Cosme Velho, na Zona Sul do Rio, e Paquetá ficaram fora da lista. Entretanto, anteriormente a secretaria os incluíra na contagem de regiões com surto da dengue no município.     16 mortes no estado

Das 16 mortes por dengue no estado, sete delas foram no Rio de Janeiro. Os municípios que registraram os casos de morte foram: Nova Iguaçu (1), Magé (1), Cabo Frio (1), São Gonçalo (2), Maricá (1), Rio de Janeiro (7), São João do Meriti (2) e São José do Vale do Rio Preto (1).

Na noite de segunda, a menina Maria Clara Silva Martins, de 1 ano e 9 meses, foi mais uma vítima de dengue hemorrágica na capital fluminense. Segundo a mãe, Maria das Graças Silva Martins, de 45 anos, o diagnóstico inicial foi dor de garganta.  A criança morreu na UTI pediátrica do hospital particular Cemeru, em Santa Cruz, na Zona Oeste da cidade. No sábado (19) No último sábado (19), um bebê de quatro meses também morreu de dengue hemorrágica no Rio. A menina estava internada no Hospital Quinta D'Or, em São Cristóvão, na Zona Norte da cidade.

Capital tem mais de 8.300 casos

Desde janeiro, já foram notificados 8.315 casos da doença no Rio. Nos dois anos anteriores, somados, foram 5.843 notificações. A Subsecretaria de Vigilância em Saúde informou que já são 20.150 casos suspeitos de dengue em todo o estado, desde o dia 2 de janeiro até o dia 12 de março. Quatro municípios do estado apresentam casos localizados de epidemia de dengue, de acordo com informações confirmadas pela Secretaria estadual de Saúde na última quarta-feira (16).     O município com maior taxa de incidência é Bom Jesus de Itabapoana, no Noroeste Fluminense, com 2.447,4 casos por 100 mil habitantes. Outros municípios em alerta são: Cantagalo (1.321,5 casos/100 mil habitantes), no Norte Fluminense, Santo Antonio de Pádua (1.158,5 casos/100 mil habitantes), no Noroeste do estado, e Magé (599,6 casos/100 mil habitantes), na Baixada Fluminense.

Vírus tipo 4

A cidade enfrenta ainda o perigo da dengue tipo 4. O vírus apareceu primeiro em Roraima, depois no Amazonas e no Pará. Os governos do Piauí e da Bahia também confirmaram casos nos estados.

“A chegada dele na cidade do Rio de Janeiro, onde você tem uma quantidade grande de mosquitos e onde ninguém tem defesa contra esse vírus, porque ninguém foi exposto anteriormente, é um risco muito grande de epidemia. Até maior do que a gente está vivendo agora”, disse o infectologista Roberto Chebabo.

Segundo ele, este tipo de epidemia costuma se repetir em intervalos de três a cinco anos. A última vez que a cidade viveu uma foi em 2008.      

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