Prisão de policiais suspeitos de matar sargento no RS é decretada

Prisão de policiais suspeitos de matar sargento no RS é decretada

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:17

Sargento da Brigada Militar foi baleado por agentes

da polícia civil paranaense na madrugada desta

quarta-feira (Foto: Reprodução/RBS TV) A Justiça acolheu pedido da Promotoria de Justiça Criminal de Gravataí e determinou a prisão temporária de três policiais civis paranenses suspeitos de matar o policial militar Ariel da Silva, 40 anos, na madrugada desta quarta (21). Segundo o promotor André Luís Dal Molin Flores, os agentes não teriam apresentado argumentos convincentes sobre o episódio.

"Pelo histórico da ocorrência policial e gravidade do fato, há sérios indícios de que os policiais civis do Paraná não possuíam autorização para estar na cidade, não apresentaram argumentos convincentes sobre o episódio, e, possivelmente, tenham deturpado a seu favor os acontecimentos”, disse o promotor.

A prisão temporária dos suspeitos foi determinada pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Gravataí. Os policiais civis já deixaram o Rio Grande do Sul rumo ao Paraná.

Por volta da 1h30 desta quarta (21), o sargento da Brigada Militar foi morto ao ser atingido por tiros de fuzil disparados por policiais civis do Paraná. Silva chegou a ser socorrido pelo Samu, mas morreu após chegar ao hospital Dom João Becker, em Gravataí. De acordo com a polícia do PR, a vítima considerou o carro suspeito e fez a abordagem. Segundo a Brigada Militar, o sargento morto estava à paisana em sua moto, indo visitar o pai, que está doente. Na versão apresentada pelos policiais civis durante depoimento, o sargento foi o primeiro a atirar, informou a BM.

O delegado Ranolfo Vieira Junior, diretor do Departamento de Investigações Criminais (Deic) do Rio Grande do Sul, adotou um tom cauteloso ao ser questionado pelo G1 sobre a morte. O policial evitou críticas à ação dos agentes da Polícia Civil do Paraná e ponderou que apenas após a perícia será possível afirmar quem iniciou o tiroteio.

"O resultado foi muito ruim, foi desastroso. Mas também não quero criar nenhuma celeuma", disse Ranolfo. "O que posso afirmar com certeza é que houve a troca de tiros. Agora, quem iniciou, só depois da investigação vamos chegar a uma conclusão. A autoria da morte está suficientemente esclarecida, porque nós temos a confissão do policial e a apreensão de todas as armas", declarou.

Ranolfo confirmou que não houve contato entre as polícias do Paraná e do Rio Grande do Sul. Ele afirma que não há regra obrigando os policiais a avisar antecipadamente as autoridades locais quando forem realizar uma operação em outro estado. Porém, eles não deveriam agir sem antes comparecer ao Deic.

"Como praxe, o pessoal telefona antes. Mas eles chegaram por volta da meia-noite e era uma situação de vítima em cativeiro. Eles resolveram agir silenciosamente", explicou.

A Polícia Civil Paranaense emitiu nesta quarta-feira (21) uma nota lamentando o fato. O texto afirma que as investigações prosseguem, mas que os três envolvidos no crime estão afastados por apresentarem "condições psicológicas abaladas".

Segundo Ranolfo, os policiais tentavam encontrar um empresário paranaense que, segundo suspeitas surgidas no estado, estaria mantido sob cativeiro. "Uma nova equipe do Paraná está diligenciando o caso", afirmou o delegado gaúcho.        

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