Procurador-geral da República Roberto Gurgel.
(Foto: Nelson Jr./STF) O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou nesta terça-feira (18) que vai investigar denúncias de desvio de dinheiro público contra o ministro do Esporte, Orlando Silva. Em reportagem publicada neste final de semana pela revista Veja, o policial militar João Dias Ferreira, preso pela Polícia Civil de Brasília em 2010, disse que Silva recebeu um pacote de dinheiro na garagem do ministério.
O que se alega, com base naquela pessoa que prestou as informações, teríamos, sem dúvida nenhuma, a prática de crime. Agora é preciso verificar se isso é verdade ou não, se procede ou não. O ministro nega peremptoriamente, mas os fatos em tese constituem, sim, crime, afirmou o procurador-geral.
Segundo a entrevista dada pelo policial à revista, o ministro teria comandado um esquema de desvio de verbas do programa Segundo Tempo, destinado a incentivar a prática esportiva entre crianças e adolescentes. Orlando Silva nega o teor das denúncias.
Roberto Gurgel disse que a investigação será feita considerando o pedido do próprio ministro para que fossem apurados os fatos e também com base em duas representações protocoladas na PGR por partidos de oposição.
O tempo do Ministério Público e do Judiciário, pelas cautelas que deve envolver uma investigação, é mais dilatado que o tempo da imprensa. Ele não tem a rapidez que talvez fosse desejada por outros setores, mas temos que fazer as investigações com o cuidado devido, completou Gurgel.
Defesa
Em entrevista, Orlando Silva disse repudiar "veementemente" o que classificou como "falsidades" publicadas pela revista. Ele atribuiu a denúncia a uma "reação", já que, em ação na Justiça, a pasta cobra cerca de R$ 3 milhões de entidades ligadas a João Dias Ferreira beneficiadas pelo programa.
Orlando disse que não faz a "menor ideia" de quem seja a pessoa que, segundo Ferreira, teria entregue a ele o dinheiro. "Não houve, não há e não haverá nenhuma prova das mentiras faladas por esse criminoso", declarou o ministro, ao se referir ao policial João Dias Ferreira.
Orlando Silva disse que vai impetrar ação penal por calúnia e ação civil por dano moral contra os que, segundo ele, "armaram uma trama farsesca".
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