Projeto de reflorestamento une produtores e ONGs na Bahia

Projeto de reflorestamento une produtores e ONGs na Bahia

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 3:24

O Monte Pascoal, na Bahia, é um dos símbolos do descobrimento do Brasil. Parte da área virou parque público na década de 60, mas ainda sofria muito com o desmatamento. Agora, um projeto de reflorestamento quer recuperar a mata nativa degradada e formar um corredor ecológico.

Nos viveiros, mudas de espécies nativas da Mata Atlântica são cultivadas até atingirem o tamanho ideal para o plantio. Enquanto recebem adubo, luz e água, o solo passa por um tratamento para futuramente voltar a abrigar uma floresta.

O objetivo de oito instituições que trabalham em parceria no projeto de restauração florestal é formar um corredor ecológico entre os parques de Monte Pascoal e Pau-Brasil. Produtores rurais se uniram à causa e formaram uma cooperativa. Fazendeiros aproveitaram os 20% de área que devem ser preservados, exigidos por lei, para contribuir com o projeto.

Especialistas e membros de organizações não governamentais oferecem treinamento e orientações técnicas. O projeto ainda pretende preservar pelo menos 200 árvores nativas da região, como o pau-brasil e o ipê, 14 espécies de pássaros e três espécies de primatas que estão correndo risco de extinção, além de gerar renda para a comunidade promovendo o desenvolvimento sustentável.

O corredor ecológico já conseguiu reconhecimento internacional por meio do Selo Internacional de Clima, Comunidade e Biodiversidade. ''Com esse resgate, as condições de clima estão melhorando'', disse o engenheiro florestal Dilson Sena.

Mudanças

Há pelo menos um ano, a área estava completamente devastada. Mas, depois do projeto, plantas nativas da Mata Atlântica foram replantadas. O cenário mudou. De acordo com produtores que abraçaram a causa, as mudanças não são sentidas apenas pelo meio ambiente.

A família do agricultor Ricardo Covre tem uma fazenda de 1,7 mil hectares. Além da pecuária de corte, nela são cultivados café, eucalipto e coco. Vinte por cento da terra são destinados à recuperação e preservação da Mata Atlântica. Segundo ele, agora são utilizados menos agrotóxicos nas plantações por causa do equilíbrio ambiental conquistado depois da criação do corredor ecológico. ''Quando recuperamos uma área dessas, atraímos inimigos naturais de pragas que podem atrapalhar a produção de café. Então, nós causamos todo equilíbrio ambiental que vem como consequência dessa preservação'', afirmou.

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