Promotor critica liberdade a Mizael, mas diz não estar surpreso

Promotor critica liberdade a Mizael, mas diz não estar surpreso

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:17

O promotor de Justiça Rodrigo Merli lamentou na noite desta quinta-feira (5) a decisão da desembargadora Angélica de Almeida, que revogou o pedido de prisão a Mizael Bispo de Souza, acusado de matar a ex-namorada Mércia Nakashima no interior de São Paulo. Apesar de criticar a posição da desembargadora, ele disse não estar surpreso.

"Respeito a decisão dela, mas lamento e não me surpreende. Ela é conhecida no Tribunal de Justiça por suas posições extremamente liberais", afirmou Merli.

O habeas corpus concedido pela desembargadora do Tribunal de Justiça de São Paulo foi em caráter liminar. Por isso, o promotor contou ter esperança de que os outros dois desembargadores da 12ª Câmara Criminal votem diferente na decisão do mérito.

"Ela (Angélica) já antecipou o entendimento dela. Agora, nosso trabalho é aguardar que os dois desembargadores votem o mérito de forma diferente", disse Merli. Os autos do processo seguem para o parecer da Procuradoria e, só então, voltam ao Tribunal de Justiça para votação.

Decisão

Em sua decisão, a desembargadora afirmou que "ainda que se reconheça a presença de veementes indícios de autoria e prova da materialidade do fato, não se vislumbra, no caso presente, ao menos, por agora, a necessidade da custódia cautelar do paciente".

O advogado Samir Haddad Júnior, que defende Mizael, disse ter sido informado da decisão da Justiça pelo G1 . Por telefone, ele comemorou. "Eu ganhei, eu ganhei."

Ele afirmou que Mizael "vai aparecer". No entanto, o advogado não disse quando. Haddad havia dito, antes da decisão, que Mizael estava escondido em Guarulhos, na Grande São Paulo, onde mora. Agora, ele não pode mais ser considerado foragido.

Na terça (3), a Justiça também tinha determinado a prisão preventiva do vigia Evandro Bezerra da Silva, que já estava preso em Guarulhos e foi transferido para o Centro de Detenção Provisória de Pinheiros, na capital paulista.

Depois de desaparecer em 23 de maio da casa dos avós em Guarulhos, Mércia foi achada morta em 11 de junho na represa em Nazaré Paulista. O veículo onde ela estava havia sido localizado submerso um dia antes. Segundo a perícia, a advogada foi agredida, baleada, desmaiou e morreu afogada dentro do próprio carro no mesmo dia em que sumiu. Ela não sabia nadar.

Um pescador disse à polícia ter visto o automóvel dela afundar e um homem não identificado sair do veículo. Além disso, afirmou ter escutado gritos de mulher.

Para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil, Mizael matou a ex por ciúmes e o vigilante o ajudou na fuga. Mizael alega inocência. Evandro, que chegou a acusar o patrão e dizer que o ajudou a fugir, voltou atrás e falou que mentiu e confessou um crime do qual não participou porque foi torturado.

Ainda segundo o relatório do delegado Antônio de Olim, do DHPP, Mizael e Evandro trocaram diversos telefonemas combinando o crime. A polícia chegou a essa informação a partir da quebra dos sigilos telefônicos dos dois. O rastreador do carro do ex também mostrou que ele esteve próximo ao local onde Mércia foi achada.

Mizael e Evandro negam o crime e dizem ser inocentes de todas as acusações.

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