Separados pela Baía de Guanabara, mas unidos por grupos insatisfeitos com o governador Sérgio Cabral e com o transporte público de suas cidades, Rio de Janeiro e Niterói tiveram manifestações nesta quinta-feira (8) com centenas de pessoas. Os protestos começaram criticando a autoridade máxima do estado e terminaram dentro de suas respectivas Câmaras Municipais, exigindo melhorias na mobilidade urbana e transparência das empresas responsáveis pelo serviço. Na capital, a reivindicação principal era por lisura na CPI dos Ônibus, que terá sua primeira reunião nesta sexta-feira (9). Na cidade vizinha, o pedido é pelo fim da concessão da CCR Barcas, que comanda o transporte aquaviário entre os dois municípios.
Tanto em Niterói quanto no Rio, a "ocupação" — como preferem chamar os manifestantes — aconteceu depois de grupos assistirem a plenárias nas Câmaras. Em Niterói, mais de 50 pessoas tomaram a Casa. No Rio, a adesão teve quase metade de participantes, mas contou com apoio de mais de 300 pessoas do lado de fora. Quando informados de que o grupo dormiria na Câmara, as pessoas do lado de fora prometeram repetir o gesto, em solidariedade. A intenção da vigília é exigir transparência "in loco" na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI do Ônibus), convocada para as 9h desta sexta-feira, ali mesmo na Câmara. Nela, será definido o presidente da Comissão.
Os insatisfeitos exigem também que a Casa siga o hábito de eleger o proponente da CPI como seu presidente. Eliomar Coelho (PSOL), que apresentou a proposta da Comissão, é o único dos 5 integrantes da lista que votou a favor da investigação.
Em vários momentos, os manifestantes pediram, também, para dialogar com o vereador Professor Uóston (PMDB), outro alvo de críticas do protesto. Completam a lista de vereadores que participarão do encaminhamento do inquérito: Chiquinho Brazão (PMDB), Jorginho da SOS (PMDB) e Renato Moura (PTC). Todos estes são da base do governo.
Confronto entre manifestantes e PMs
No momento mais tenso do percurso, que saiu da Candelária e foi até a Cinelândia, um grupo radical de manifestantes fez uma barreira humana para ninguém entrar na Câmara em represália ao impedimento da entrada de advogados, que intermediariam a saída do grupo que ocupou a Casa. Policiais empurraram o cordão e foram atingidos por objetos. Eles responderam com bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e foram agredidos com pedradas e bombas caseiras. O tumulto aconteceu por volta de 22h, cerca de 5 horas depois de iniciado o protesto.
Por volta de meia-noite, um dos manifestantes que ocupou a casa informou ao G1 que, em votação, tinham decidido pela vigília na Câmara. Imediatamente, o grupo do lado de fora da Casa prometeu repetir o gesto em solidariedade. No entanto, negaram que tentariam invadir a câmara municipal.
A CPI, num fato inédito, terá as sessões filmadas na íntegra. Conforme anunciado pelo vereador Jorge Felippe, presidente da Câmara, as imagens serão distribuídas para os veículos de comunicação. O Ministério Público e um procurador-geral da Casa também serão convocados a participar das audiências.
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