PT quer tirar do PMDB comando da maior bancada na Câmara

PT quer tirar do PMDB comando da maior bancada na Câmara

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:13

O PT quer ter a maior bancada na Câmara dos Deputados a partir do próximo ano. O partido pretende aumentar de 79 para 95 o número de congressistas e, assim, deixar de ser a segunda maior legenda da Casa e ultrapassar o PMDB, que hoje lidera com 90 cadeiras.

“O PT já teve mais votos que o PMDB nas eleições passadas. Só não elegemos mais gente por conta da forma do cálculo ( quociente eleitoral ), mas tivemos 500 mil votos a mais”, diz o deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP), líder do governo na Câmara.

Segundo Vaccarezza, a expectativa do PT é eleger entre 90 e 95 deputados federais em 2010, o que aumentaria em até 20% a bancada petista. “Temos candidatos bem servidos de votos, ( que alcançam ) entre 120 mil e 200 mil. O PT também é bem forte no voto de legenda”, diz o deputado.

Embora o PT diga que quer ultrapassar a sigla aliada, o PMDB também trabalha com uma meta otimista para a disputa deste ano. A sigla, segundo o deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), líder do PMDB na Câmara, estima a eleição de 90 a 100 representantes, ou seja, o crescimento pode chegar a 11%. “Acredito que podemos ser de novo a maior bancada da Câmara, mas, com o PMDB ou com o PT, o importante é que tenhamos uma base sólida para apoiarmos a ministra Dilma”, afirma ele.

Apesar do racha interno entre diferentes alas do PMDB, Henrique Eduardo Alves diz que o partido sairá fortalecido desta eleição. Ao acertar a aliança nacional com o PT, a sigla conseguiu indicar o presidente nacional da legenda, Michel Temer, como candidato a vice na chapa de Dilma Rousseff . “Acho que partido vai ter um bom papel neste ano e espero que o PMDB volte a ter o status de maior partido do Brasil.”

Oposição

Nos principais partidos que integram a oposição, as previsões são bem menos otimistas. O DEM já foi o maior da Casa, quando ainda se chamava PFL - 105 deputados eleitos, em 1998. Desde então, a legenda só perdeu cadeiras e hoje tem a quarta maior bancada da Casa, com 56 deputados. Na avaliação dos congressistas do próprio partido, a atual bancada deve diminuir.

Os mais otimistas apontam que o partido possa ficar com até 55 deputados. Os mais pessimistas acham que o número pode chegar a 44. A esperança parar barrar a queda é o Estado de São Paulo. As bancadas do Rio de Janeiro, Santa Catarina e Bahia, porém, devem minguar na avaliação do partido.

Já os tucanos esperam que a bancada de 59 deputados fique estável ou tenha um pequeno crescimento. Segundo o deputado José Aníbal (PSDB-SP), líder do partido durante a maior parte do governo Lula, Minas Gerais, Goiás e Paraná podem ajudar a eleger novos deputados para a legenda.

Já o PPS espera manter o número de 15 deputados. Segundo o presidente do partido, Roberto Freire, é difícil fazer uma previsão em nível nacional, mas não deve haver grandes modificações na bancada.

Freire diz que os candidatos do PPS estão tendo mais dificuldades para arrecadar dinheiro nessa eleição do que nas anteriores. Segundo ele, o PT tem uma relação muito forte com empresários e os banqueiros, o que facilita a angariação de doações pelos candidatos ligados ao governo federal. “Não existe onda vermelha, isso aí é a onda do grande capital”, afirma Freire.

Prognóstico

Segundo levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), órgão constituído por cerca de 900 entidades sindicais de trabalhadores, há 812 candidatos à Câmara com boas chances de eleição. Em todo o Brasil, há 5.965 candidatos a deputado federal para 513 vagas.

Na análise do órgão, o PT é o partido que possivelmente elegerá o maior número de deputados, com 137 candidatos, dos 371 lançados nos 26 Estados e no Distrito Federal, com boas chances nas urnas. Em segundo lugar, vem o PMDB, com 115 políticos bem cotados neste pleito, seguido pelo PSDB, com 87 candidatos bem posicionados na preferência do eleitorado.

A análise do Diap leva em conta perfil dos candidatos, experiência política, coligação, apoio governamental, recursos disponíveis, popularidade e desempenho nas pesquisas eleitorais.

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