Analista de suporte Hélio Gomes foi obrigado pelos
criminosos a assumir a direção do ônibus.
(Foto: Rodrigo Vianna / G1)
Durante o sequestro de um ônibus na noite desta terça-feira (9), no Centro do Rio de Janeiro, o analista de suporte Hélio Gomes foi obrigado pelos criminosos a assumir a direção do veículo. Apesar da falta de experiência, ele contou que manteve a calma e que conseguiu fugir depois de passar por um cerco montado pela Polícia Militar (PM).
Eu disse que nunca tinha dirigido um ônibus, só carro, e disse que eles (criminosos) tinham que ter paciência comigo. Fui ameaçado, sempre com arma na cabeça. Eu coloquei a mão para cima para mostrar que eu era um deles. Eles falaram para levar o ônibus até a Avenida Brasil, e lá eles iriam nos liberar e não fariam mal algum, disse.
O crime aconteceu por volta das 20h30 desta terça, na pista da direira da Avenida Presidente Vargas, sentido Praça da Bandeira. Três criminosos armados com pistolas e granadas fizeram pelo menos dez passageiros reféns. O motorista do ônibus havia saltado do veículo momentos antes.
De acordo com Hélio Gomes, um dos três criminosos saltou do veículo com uma refém, que foi liberada em seguida. O suspeito atravessou a Avenida Presidente Vargas, roubou um carro com um casal dentro . As vítimas foram obrigadas a seguir até Manguinhos, no subúrbio, onde o criminoso fugiu abandonando o carro e as vítimas.
Tinha um carro na frente que eles (criminosos) toda hora falavam volta para socorrer a gente, volta pra socorrer a gente. Eles mandaram arrancar. Tentei passar por uma brecha entre dois carros da polícia. Eu consegui fugir já no segundo cerco, quebrei o vidro e sai. Eu tive que tomar coragem. Aproveitei a oportunidade para fugir, contou. O analista de suporte também afirmou que uma das rodas do ônibus foi atingida por um dos tiros disparados pelos policiais: Atiraram nas rodas. Foi muito tiro. Eu ouvi os tiros e abaixei a cabeça. Eu acelerei o carro e nesse momento os bandidos foram para trás do ônibus, disse ele, que lembrou de uma passageira que foi baleada no peito.
Segundo testemunhas, policiais atiraram nos pneus do ônibus. (Foto: Rodrigo Vianna / G1)
Jogo de terror
Hélio afirmou, ainda, que os criminosos não tinham intenção de matar ou de roubar, no entanto, segundo ele, a dupla fazia ameaças com granadas e dizia que ia explodir o veículo com todos os passageiros dentro: Eles falavam toda hora que a granada estava sem pino e que todo mundo ia morrer, faziam um jogo de terror, afirmou.
Ao menos um tiro perfurou o teto do lado de dentro do ônibus. (Foto: Rodrigo Vianna / G1)
Após o drama, o analista disse que só pensava no filho de 6 anos. Ele afirmou que nunca tinha sido assaltado antes e que sempre costuma voltar para casa de trem, mas nesta terça, ele resolveu pegar um ônibus. Ele acrescentou que um policial militar chegou a entrar no ônibus, mas teve a arma tomada pelos criminosos.
O PM entrou, mas eles (criminosos) tomaram a sua arma. Eu sempre vou de trem, mas hoje eu resolvi pegar o ônibus. Acho que me escolheram porque tinha poucos homens e eu estava calmo também. Nunca tinha passado por nada parecido como hoje. É nessas horas que a gente vê que a gente não vale nada, concluiu ele.
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