Readaptação de alunos de Realengo deve levar três semanas, diz secretária

Readaptação de alunos de Realengo deve levar três semanas, diz secretária

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:47

A secretária municipal de Educação, Cláudia Costin, disse, na tarde desta terça-feira (12), que o trabalho de readaptação dos alunos no retorno à Escola Tasso da Silveira, em Realengo, deve levar pelo menos três semanas.

A declaração foi feita depois que a secretária participou de uma reunião na escola com a participação da direção, psicólogos, assistentes sociais, professores, funcionários e pais dos alunos.

“No início, pensamos em fazer uma cerimônia de reinvenção da escola, mas os psicólogos sugeriram evitar a superexposição das crianças e fazer um trabalho mais individualizado, permitindo o retorno seja por grupo, de uma forma gradativa”, explicou.

Gleide ainda está indecisa quanto a volta da filha para a escola  (Foto: Aluizio Freire/G1)

  Na recepção aos alunos, os professores foram orientados a promover atividades lúdicas, como arteterapia, pintura e poesia para aliviar o trauma das crianças. O prédio também sofrerá algumas intervenções em obras , troca de toda mobília e readequação do espaço.

“A escola precisa renascer das cinzas e acolher essas crianças. Nesse primeiro momento vamos incentivar que os alunos fiquem na escola. Os especialistas dizem que é importante que eles enfrentem esse temor inicial. Mas quem não quiser ficar, vamos respeitar”, disse a secretária.

Escola recebeu alguns alunos nesta terça  

Secretária Cláudia Costin foi na escola nesta terça-feira (12) (Foto: Aluizio Freire/G1)

  Cláudia Costin contou ainda que algumas crianças que visitaram a escola nesta terça com os pais foram recebidas com muito carinho, num clima de muita emoção. Foi o caso de Gleide Leão Medeiros, 35 anos, que esteve na Tasso da Silveira acompanhada da filha, Nathália, de 11, ainda indecisa se volta ou não à escola.

“Trouxe minha filha para que me orientem a procurar um atendimento psicológico para ela. A Nathália está muito indecisa, muito traumatizada, acorda todas as noites sobressaltada. Só tem pesadelos com armas, com alguém matando a gente. Ela viu os coleguinhas baleados sendo socorridos. A cena ainda está muito viva na cabecinha dela”, disse.

Ana Paula da Silva Vicente, 38, mãe do aluno Jefferson, 10, contou que seu filho também está muito assustado e relutando em voltar para a escola. “Vou esperar ele passar por uma avaliação psicológica para a gente decidir. Por mim, ele volta. Sou ex-aluna daqui e sei que essa escola é muito boa, uma referência no bairro. Infelizmente aconteceu essa tragédia aqui”, afirmou.      

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