Reality show sobre Mike Tyson e sua paixão por pombos estreia na TV

Reality show sobre Mike Tyson e sua paixão por pombos estreia na TV

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:38

Nos cinemas, o animal de estimação de Mike Tyson é um tigre. Já na vida real o tipo de bicho que ele tem em casa (no caso, no telhado) passa longe da imagem que se tem do problemático ex-boxeador: pombos. Estreia às 23h desta quinta-feira (16), no Animal Planet, o reality show "Cara a cara com Mike Tyson", que traz o lutador de volta as competições por meio do inusitado universo das corridas desse tipo de ave.

O programa difere do formato que caracteriza os realities com celebridades. Com um tom mais documental, "Cara a cara com Mike Tyson" serve para mostrar um outro lado do meio-pesado que abandonou os ringues em 2006, ao mesmo tempo que joga luz sobre um esporte praticamente desconhecido. Logo após assistir ao primeiro episódio (são três no total) é difícil saber quem sai mais regenerado dali: o boxeador que passou anos preso por estupro ou as pombas conhecidas por serem hospedeiras de diversas doenças.

"Não sei por que, a primeira coisa que realmente amei na vida foi um pombo. E me sinto até ridículo ao tentar explicar a razão disso", diz Tyson logo no início da série, mostrando que aprendeu a rir de si mesmo após participar do blockbuster "Se beber, não case". "Ele só está aqui após abraçar a religião e fazer anos de terapia", comenta o locutor do reality em seu início.

Desde pequeno Tyson cria esse tipo de ave. O viveiro em cima do telhado da academia em que treinava quando jovem existe até hoje, por exemplo. "Alguns [pombos] estão aqui há 14 anos", revela o ex-lutador, que diz ter pegado um jato até o local horas depois do famoso nocaute que sofreu de Lennox Lewis, em 2002. "É onde ele se sente em casa", comenta o amigo e empresário Mario Costa.

Mike Tyson cria pombos em cima do ginásio em que aprendeu a lutar boxe. 'Alguns estão aqui há 14 anos'

Sua primeira briga, aos 10 anos, foi causada após um adolescente criminoso arrancar a cabeça de uma de suas pombas. O ex-boxeador visita a viela do Brooklin em que isso aconteceu e se reúne depois com uma equipe de especialistas para começar a participar das corridas de pombos.

No começo, a atividade soa tão bizarra quanto Tyson. Mas aos poucos se revela interessantíssima: ela é praticada, em sua maioria, por homens de classe média baixa que criam pombos caseiros capazes de voar até mil quilômetros por dia. Cada um deles tem um microchip preso à pata, que irá servir para calcular a distância atingida. Ganha aquele que registrar a maior velocidade.

Para isso acontecer o pombo precisa voltar até o seu pombal e aí está o desafio da corrida de pombos: Tyson e sua equipe precisam criar um ambiente em que eles se sintam em casa. Ou seja, limpam os viveiros diversas vezes ao dia e chegam a alimentar as aves com vitaminas. "Quanto mais tempo os pombos passarem no pombal, mais eles se conectam ao lugar", explica Vinnie Torres, conhecido treinador de pombos que faz parte do time do boxeador aposentado.

A curiosidade em relação ao reality produzido pelo próprio ex-lutador é que o seu ponto forte é ao mesmo tempo o seu queixo de vidro. O primeiro episódio, de duas horas, explora o passado de Tyson e a corrida de pombos ao máximo. A atração caberia facilmente em um documentário de 90 minutos.

A melhor crítica de "Cara a cara com Tyson" veio da Variety. A publicação elogiou o tema incomum do programa, mas atentou para a criação de um perigoso novo gênero de reality show: o de "pessoas famosas que fazem maluquices com animais".

Por: Gustavo Muller

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