Recenseadores vão às ruas e iniciam pesquisa para o Censo 2010

Recenseadores vão às ruas e iniciam pesquisa para o Censo 2010

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:18

A partir de domingo (1º) e até 31 de outubro, mais de 190 mil recenseadores vão às ruas com a missão de visitar os 58 milhões de domicílios brasileiros. O procedimento ocorre, em geral, de dez em dez anos, e vai coletar dados para o Censo 2010, um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A coleta de dados para o censo se dá presencialmente, por meio de entrevistas feitas pelos recenseadores com um ou mais moradores de cada domicílio. "É uma operação absolutamente transparente e bastante trabalhosa. Serão feitas visitas exaustivas para garantir que todos os domicílios, sem exceção, sejam recenseados", diz o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes.

A megaoperação, que envolve cerca de 230 mil pessoas pelo país, conta, além dos recenseadores, com analistas censitários - envolvidos no planejamento do censo; e agentes censitários - responsáveis pela logística e acompanhamento da coleta de informações.

Para garantir que todas as residências fossem visitadas, o IBGE dividiu o território brasileiro em 314 mil setores, chamados setores censitários. "Durante os primeiros meses deste ano, percorremos 224 mil desses setores para catalogar todas as casas de endereçamento definido. Os setores que ainda não foram visitados são rurais ou não têm endereçamento regular. Ainda assim, eles estão mapeados e todos esses dados estarão no computador de mão usado pelo recenseador", diz Nunes.

De acordo com o IBGE, o censo é a única pesquisa que visita todos os domicílios do país para traçar um perfil abrangente da população. Os resultados são repassados ao Tribunal de Contas da União (TCU) e servem de parâmetro para o repasse de verbas federais a cada cidade. A partir das estimativas populacionais são definidas as cotas do Fundo de Participação dos Estados e do Fundo de Participação dos Municípios, segundo o Instituto. No crachá, devem constar o nome e a foto do funcionário. Ainda assim, o cidadão pode, se preferir, entrar em contato pelo telefone 0800 721 8181 para confirmar se a pessoa é, de fato, recenseadora do Instituto.

Quem será recenseado

O objetivo para o censo é contabilizar moradores. Portanto, a população é enumerada em seu local de residência habitual. Mas qual a situação de presos, moradores de rua, ou pessoas que vivem em abrigos? Segundo Marco Antônio Alexandre, coordenador técnico do Censo, todos os moradores de domicílios coletivos (hotéis, pensões, presídios, asilos, hospitais etc.) serão recenseados, assim como aqueles que vivem em moradias improvisadas, como bares, galpões e tendas. "Se o morador de rua voltar à noite para um albergue, será contabilizado no local. Se a família tiver uma casa e ele retornar periodicamente, também será recenseado. Inclusive moradores de locais improvisados, como túveis e viadutos, integrarão a pesquisa", diz.

No caso de moradores de rua que não tem sequer um domicílio improvisado, o IBGE pretende realizar um levantamento específico, em 2012. "Aqueles que vivem pelas ruas, eventualmente não serão recenseados porque corremos o risco de dupla contagem. Mas estamos estudando meios para promover um estudo específico para essa população", afirma Alexandre. Áreas isoladas

Uma das dificuldades do IBGE na hora de recensear todos os domicílios é, segundo o presidente Nunes, a locomoção e a distância entre as cidades. Por isso, moradores de favelas e de comunidades afastadas foram selecionados para trabalhar como recenseadores. "Isso funciona inclusive em áreas com altos índices de violência, porque o recenseador conhece o local e é conhecido", diz o presidente do Instituto.

Segundo Maria Vilma Salles Garcia, coordenadora operacional do censo, mesmo em caso de moradores não localizados durante a primeira visita do recenseador, várias tentativas serão feitas, inclusive por outros membros da equipe do IBGE.

"Há uma lei que obriga o cidadão a prestar informações ao IBGE, mas tentamos ao máximo não usar isso, porque uma informação fornecida obrigatoriamente não é uma boa informação. Tentamos convencer toda a população a contribuir", diz Maria Vilma.

Se não for encontrado ou se recusar a responder ao questionário, o morador terá seu domicílio considerado fechado. "Se não forem obtidas as informações da pesquisa, os domicílios serão considerados fechados, ou seja, foram encontrados, há evidências de moradores, mas não houve entrevista", explica a coordenadora.

Vale destacar que não é obrigatória a entrada de recenseadores em casa. "Eles não precisam entrar e contar os cômodos da casa, nem os eletromésticos. Os moradores podem inclusive receber os recenseadores na porta ou portaria do prédio, se preferirem. Mas é claro que incentivamos que os recenseadores sejam bem recebidos", diz Maria Vilma.

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