A reconstrução de Nova Friburgo, cidade mais castigada pelo temporal que devastou a região serrana do Estado do Rio de Janeiro, deve levar pelo menos dois anos, estimou o vice-governador e secretário de obras do Estado, Luiz Fernando Pezão, durante entrevista à rádio CBN na manhã desta quarta-feira (19) .
- É impossível antes de dois anos. Vai ser o tempo necessário para conter as encostas, refazer as estradas, enfim, colocar a cidade andando de novo.
Na linha de frente dos trabalhos de resgate e reconstrução, Pezão afirmou que uma equipe com 600 homens tem atuado durante a noite e de madrugada na limpeza da cidade, aproveitando a redução no tráfego de pessoas e de veículos. - No máximo até domingo vamos conseguir limpar a cidade toda de Friburgo.
Entre 50 a 60 pontes sofreram avarias ou foram totalmente destruídas pelo temporal e vão precisar ser reconstruídas, de acordo com o vice-governador.
Pezão comentou ainda as perdas no patrimônio histórico de Friburgo, especialmente na praça do Suspiro, principal ponto turístico da cidade. Lá estavam o teleférico e a igreja de Santo Antônio, construída no século 19 e que, uma semana após a tragédia, permanece inacessível não conseguimos sequer chegar até lá tamanha a quantidade de lama. - Nosso ataque hoje é na praça. Técnicos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo chegam hoje. Vamos começar por aquela encosta.
Ainda de acordo com Pezão, as cidades de São José do Vale do Rio Preto, Areal e Bom Jardim devem levar de um ano a um ano e meio para se levantar.
Tragédia das chuvas O forte temporal que atingiu o Estado do Rio de Janeiro dia 11 deixou centenas de mortos e milhares de sobreviventes desabrigados e desalojados, principalmente na região serrana.
As cidades de Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto foram as mais afetadas. Serviços como água, luz e telefone foram interrompidos, estradas foram interditadas, pontes caíram e bairros ficaram isolados. Equipes de resgate ainda enfrentam dificuldades para chegar a alguns locais.
Na sexta-feira (14), a presidente Dilma Rousseff liberou R$ 100 milhões para ações de socorro e assistência às vítimas. Além disso, o governo federal anunciou a antecipação do Bolsa Família para os 20 mil inscritos no programa nas cidades de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis. Empresas públicas e privadas, além de ONGs (Organizações Não Governamentais) e voluntários, também estão ajudando e recebem doações.
Os corpos identificados e liberados pelo IML (Instituto Médico Legal) são enterrados em covas improvisadas. Hospitais continuam com muitos feridos. Médicos apelam por doação de sangue e remédios. Os próximos dias prometem ser de muito trabalho e expectativa pelo resgate de mais sobreviventes e localização de corpos.
Em visita à região de Itaipava, em Petrópolis, o governador Sérgio Cabral (PMDB) disse que ricos e pobres ocupavam irregularmente áreas de risco e que o ambiente foi prejudicado.
- Está provado que houve ocupação irregular, tanto de baixa quanto de alta renda. Está provado também que houve dano da natureza. Isso não tem a ver com pobre ou rico.
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