Os moradores do bairro do Mendes, em Cotia, na Grande São Paulo, brigam há mais de dez anos para ter energia elétrica de qualidade. A rede elétrica da AES Eletropaulo não é levada até as casas. A Eletropaulo veio e colocou luz pra nós na entrada do bairro e não distribuiu para as residências, explica o eletricista Natalino dos Santos.
Quem acabou distribuindo a rede foi a própria população. Cada um pega e puxa uma rede para sua casa e distribui depois para duas, três casas, empresta luz. Todo poste aqui distribui para três, quatro casas, completa o outro eletricista Luiz Carlos de Barros.
A conta de luz acaba sendo dividida entre os moradores e por causa da falta de estrutura, a energia acaba oscilando muito. Algumas pessoas do bairro já perderam eletrodomésticos, outras têm eletrônicos de enfeite. Eu tenho um micro-ondas, mas para mim ele não serve. Se eu coloco a mamadeira do nenê, duas horas, 40 minutos, não adianta. Tem que ser com o transformador e chega aqui sem força, conta a doméstica Eunice Almeida Cerqueira.
Além de um desconforto para a população, o emaranhado de fios é um risco à vida. A Eletropaulo não quer por a mão aqui. Se colocar, morre na hora, diz Barros. Até mesmo nos lugares onde os fios atravessam a estrada, eles estão baixos e amarrados na árvore.
A população espera uma solução. A Eletropaulo alega que a Prefeitura precisa alargar oito metros aqui para ficar o padrão. A Prefeitura esteve aqui, veio um engenheiro e colocou as estacas no local, mas a obra não foi feita. Daí fica naquele jogo Prefeitura, Eletropaulo, Prefeitura, Eletropaulo, reclama a doméstica Edilene Milhorini.
Algumas regularizações precisam ser feitas antes de começar as mudanças, segundo Roberto Di Nardo, diretor da Eletropaulo. Nós trabalhamos muito em conjunto com a Prefeitura de Cotia. A gente precisa de duas coisas: primeiro o entendimento de vocês que é uma situação irregular e precisa ser regularizada para evitar acidentes, para evitar problemas com o fornecimento.
Segundo da Prefeitura o encaminhamento da documentação que aquela área é de interesse público para que a Eletropaulo possa vir a fazer um projeto de regularização. As mudanças devem ocorrer em novembro ou dezembro.
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