Os principais pontos dos quatro projetos sobre o novo marco regulatório para o pré-sal encaminhados pelo governo ao Congresso Nacional no início do mês, foram tema de debate no seminário Pré-sal - Riscos e Oportunidades, realizado nesta segunda-feira (21), na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro - Firjan.
A criação da estatal Petro-Sal, a utilização do fundo de compensação, o aumento de capital da Petrobras e a participação de investidores estrangeiros na nova fronteira petrolífera do país estiveram entre os assuntos em pauta.
Durante todo o dia, autoridades, empresários e especialistas, mediados por jornalistas convidados, abordaram prós e contra das propostas encaminhada pelo governo, a partir de parecer de uma comissão interministerial criada pelo presidente Lula com esta finalidade.
Paulo Hartung, governador do Espírito Santo, um dos estados que podem sair perdendo caso o governo mantenha a decisão de mexer na forma de partilha dos royalties e das participações especiais, que seriam repartidas de maneira igual entre todos os entes da Federação, defendeu o modelo anterior.
Ele acusou o governo de estar criando ''um cabo-de-guerra'' entre os estados produtores (Rio, Espírito Santo e São Paulo) e os demais, por conta da redistribuição de recursos do pré-sal. ''O verdadeiro problema é a centralização de recursos na mão da União'', disse Hartung.
Falando no painel ''Riscos e Oportunidades'', o governador do Espírito Santo defendeu o atual marco regulatório que, segundo ele, ''possibilitou o crescimento da produção, das descobertas das reservas atuais e promoveu o fortalecimento da própria Petrobras''.
Defensor da atual forma de recolhimento de tributo, o vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, aproveitou a oportunidade para também reivindicar pagamento de royalties sobre a geração elétrica a partir de usinas nucleares.
''Todos sabemos o quanto este estado foi prejudicado ao longo dos anos: primeiro com a transferência da capital para Brasília e depois c'-om uma fusão [do estado da Guanabara com o do Rio de Janeiro] sem uma negociação adequada''.
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