Rio entra em estágio de vigilância, com ausência de chuva

Rio entra em estágio de vigilância, com ausência de chuva

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:00

A cidade do Rio de Janeiro voltou no início da manhã desta sexta-feira (14) a ficar em estágio de vigilância por causa das chuvas. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), isso significa ausência de chuvas ou chuva fraca.

Durante toda a madrugada a previsão era de chuva moderada não só no município do Rio, mas também na Região Serrana. Uma área de instabilidade que saiu do sul de Minas Gerais tinha deixado a cidade em estágio de atenção.

506 mortos na Região Serrana

Desde terça-feira (11), as chuvas na Região Serrana do Rio mataram no total 506 pessoas . Em Teresópolis, morreram 223 pessoas. Em Nova Friburgo, o número subiu para 225, segundo a Defesa Civil do município. Em Sumidouro, a prefeitura confirmou um total de 19 mortos. Já em Petrópolis, a prefeitura divulgou que o total de mortos chega a 39 mortos.

A Polícia Civil informou que 470 corpos já foram identificados pelos peritos do IML (Instituto Médico Legal). Esta já é considerada a maior tragédia climática da história país . O número de vítimas ultrapassou o registrado em 1967, na cidade de Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo. Naquela tragédia, tida até então como a maior do Brasil, 436 pessoas morreram.

No ano passado, de janeiro a abril, o estado do Rio de Janeiro teve 283 mortes, sendo 53 em Angra dos Reis e Ilha Grande, na virada do ano, 166 em Niterói, onde se localizava o Morro do Bumba, e 64 no Rio e outras cidades atingidas por temporais em abril. Em SP, durante o primeiro trimestte de 2010, quando a chuva destruiu São Luiz do Paraitinga e prejudicou outras 107 cidades, houve 78 mortes. Os números da Região Serrana do RJ superam ainda os de 2008 em Santa Catarina, com 135 mortes. Relembre outras tragédias .

A tragédia causada pela chuva já deixou 414 famílias desabrigadas em Nova Friburgo . Segundo o coordenador da Defesa Civil do município, coronel Roberto Robadey, os moradores foram levados para seis abrigos da prefeitura. Já a prefeitura de Teresópolis designou dois abrigos: o Ginásio Pedrão, no Centro de Teresópolis, com capacidade para 800 pessoas, e um galpão no Bairro Meudon, onde podem ser alojadas 400 pessoas.

A infraestrutura da região foi atingida com severidade. Houve falta de luz, telefone e transporte nas três cidades. Bairros inteiros ficaram isolados e só na noite de quarta-feira (12) equipes de resgate começaram a dar conta da catástrofe em algumas das áreas mais atingidas. Em um desses esforços, foi resgatado com vida, sem arranhões, um bebê de seis meses de idade em Friburgo.

Oitocentos homens da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros tentam localizar desaparecidos em Teresópolis. O secretário do Ambiente do estado do Rio de Janeiro, Carlos Minc, classificou a chuva como a " maior catástrofe da história de Teresópolis ". “Não foi possível escolher o que ia cair. Casa de rico, casa de pobre. Tudo foi destruído ”, disse a empregada doméstica de 27 anos, Fernanda Carvalho.

De acordo com especialistas, a explicação para a repetição de tragédias no RJ é a falta de controle e planejamento no crescimento das cidades.  O relevo das cidades serranas funciona como uma barreira que impede a passagem das nuvens . Concentradas, elas provocam muita chuva numa única área.  A parte alta das montanhas é um terreno muito inclinado e a vegetação cresce sobre uma camada fina de terra. A água da chuva vai penetrando no solo, que fica encharcado e se descola da pedra.

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