A ideia de transformar o "piscinão" do Alemão, no subúrbio do Rio, em área de lazer para a comunidade através das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) está em estudo. Mas o presidente da Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio (Emop), Ícaro Moreno Junior, já adiantou, nesta quatra-feira, dia 10, que as possibilidades são remotas devido, principalmente, à dificuldade de acesso.
A acessibilidade aqui é muito difícil. Não adianta ter um PAC isolado, tem que ter um PAC que integre com a cidade, disse Ícaro. Ele ressaltou que a área está em plena atividade e é privada.
Já estou conversando com a Lafarge (empresa que administra uma pedreira no Alemão), mas não posso dizer que a gente vai viabilizar, explicou o presidente do Emop.
Ao lado de técnicos, ele fez, nesta manhã, uma vistoria no local, que fica na Serra da Misericórdia, no alto do conjunto de favelas do Alemão. O piscinão de água cristalina, que teria sido formado pela água da chuva, continua no local. A água, segundo Ícaro, está sendo drenada através de três bombas.
A população do Alemão veio para cá, começou a se divertir nessa área, começou muito calor e toda a água parada as pessoas vêm. E é uma área bucólica, isso aqui é um cenário de filme, disse.
Origem da água ainda é incerta
A origem definitiva da água, segundo Ícaro, será revelada pelo Instituto estadual do Ambiente (INEA), que informou ainda não ter uma data para ir ao local.
Segundo o que a Lafarge falou é água da chuva. E eu penso que é uma área grande, de 1,5 hectares recebendo chuva e tem uma profundidade grande, de 10 a 15 metros. Mas não posso afirmar que não há lençol freático aqui embaixo. Penso que não. Isso tudo aqui é rocha, definiu ele.
De acordo com o presidente da Emop, a Lafarge alegou que quando chove a água é retirada, mas nesse verão a quantidade de chuva foi maior do que a capacidade de drenagem da empresa. Ainda segundo ele, a empresa já foi orientada a aumentar a capacidade de escoamento.
Essa coloração azul e verde é proveniente das rochas do entorno, de decomposição, produto químico mesmo. Eles estão retirando essa água exatamente para não ficar em ponto de água parada e de poluição, contaminação e de problemas, afirmou.
Empresa nega lençol freático
A Lafarge informa que ali não existe lençol freático, que o terreno é feito apenas com pedra e, por isso, a água não escoa. Segundo a empresa, a água que está acumulada no buraco é apenas a da chuva. A empresa afirmou que faz drenagens periodicamente e que aquele terreno onde a água se acumulou é normalmente usado para passagem de veículos e funcionários.
A companhia disse ainda que, desde o dia 7 de fevereiro, quando três funcionários foram mortos por traficantes da favela ao chegar para trabalhar, a pedreira estava desativada, sem que nenhum trabalho fosse feito no local. Nem a drenagem da água.
Os trabalhos foram retomados no fim de fevereiro e a drenagem da água voltou a ser feita. As fotos divulgadas pelo Instituto Estadual do Ambiente seriam anteriores à retomada dos trabalhos. Ainda segundo a assessoria da empresa, só credenciados pela empresa entram no terreno, e o nível da água já baixou consideravelmente.
Por: Carolina Lauriano
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