A 200 metros da esquina da Rua Professora Guaraciaba Mourão Trindade com a Avenida Ricardo Jafet, na Saúde, Zona Sul de São Paulo, existe um Ecoponto. Ele está lá para receber o entulho levado por moradores e catadores. Mas boa parte não chega até o local. O lixo fica ali mesmo, na rua.
Os moradores dizem que o problema é antigo e a Prefeitura até retira o entulho do local. Mesmo assim, a cada dia o volume de lixo aumenta. Só diminui quando a chuva vem e leva o material descartado para o meio da avenida ou para o Córrego Ipiranga.
Mesmo as constantes enchentes que atingem o local não são capazes de fazer o que se transformou em depósito clandestino desaparecer. Sofás, madeiras, material de construção, lixo doméstico, ferros enferrujados e até animais mortos. Está tudo ali.
Ratos, baratas e insetos também habitam o local. "Trabalho há oito anos aqui e sempre foi assim", diz Arthur Antonio dos Santos, funcionário de uma escola técnica que fica bem em frente ao local. "De noite vem até caminhão despejar o lixo aqui."
A queixa é antiga e generalizada. O comerciante Aurenito Eduardo Galvão está há 15 anos no local e afirma que de tempos em tempos a quantidade de lixo diminui, mas limpo o local nunca fica. "Isso aqui é um pouco da falta de educação das pessoas. Sempre que chove a avenida fica toda alagada, a água chega aqui na rua, mas mesmo assim o lixo continua a ser jogado no mesmo lugar", reclama.
A calçada em que o lixo se acumula pertence ao Centro de Formação Profissional José Gomes, que é mantido pela Prefeitura em parceria com instituições privadas. O local, conta Santos, costumava ter um vigia noturno, o que inibia o descarte clandestino do entulho.
Entre o entulho estão pedaços do muro da escola que foram destruídos. De acordo com o funcionário, durante a noite, a escola é invadida constantemente. "Só melhora se a Prefeitura colocar de novo um vigia aqui", diz o funcionário.
Na esquina de cima, Luiz de Almeida mantém seu bar há quase dez anos. Diz que nunca viu o local limpo e que durante a noite a situação piora. "Há noite em que pedaços de peixe são jogados. Não sei de onde vem, mas quando venta dá para sentir aqui em cima", afirma.
Procurada pelo G1 na quinta-feira, a Subprefeitura do Ipiranga, responsável pela limpeza da área, não respondeu aos questionamentos da reportagem.
Por: Emilio Sant'Anna
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