Seminário no Rio discute como agilizar adoção de menores no país

Seminário no Rio discute como agilizar adoção de menores no país

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:27

Sabino, Molon, Muiños, Chalita e Bárbara no

seminário sobre adoção (Foto: Lilian Quaino/G1)

  Quase 30 mil famílias no Brasil querem adotar um filho, mas somente quatro mil crianças estão em condições legais de serem adotadas, enquanto os abrigos estão lotados de crianças abandonadas pelos país. A informação é do deputado Gabriel Chalita (PMDB-SP), presidente da Frente Mista em Favor das Políticas de Adoção do Congresso Nacional, que, na manhã desta sexta-feira (16), se reúne na Assembleia Legislativa do Rio com o presidente da Frente Pró-Adoção de Crianças e Adolescentes da Alerj, deputado Sabino (PSC).

O II Seminário da Frente Nacional pela Adoção discute nesta sexta políticas que facilitem o sonho de uma família de adotar uma criança. Participam do seminário representantes de grupos de apoio à adoção e à defesa da criança, o senador Lindberg Farias (PT-RJ), o deputado Alessandro Molon (PT-RJ) e o procurador José Muiños Piñeiro. A Frente foi criada há seis meses.

Poder da família oiginal

Bárbara Toledo, presidente da Associação Nacional dos Grupos de Apoio à Adoção, explica que para uma criança que está num abrigo ser considerada apta a ser adotada é preciso primeiro que a Justiça declare que ela não pode mais voltar para a família original. Essa primeira etapa num processo de adoção tem prazo limite de 2 anos, o que os grupos de adoção acham muito longo.

"A família abandona a criança, a criança vai para o abrigo, mas, passa algum tempo, a família vai ao abrigo pedir a criança de volta para tempos depois desistir dela de novo", explica Bárbara.

Chalita concorda que tirar o pátrio poder é uma grande dificuldade. Para ele, o processo tem de ser acelerado.

Segundo explicou, 70% famílias que pretendem adotar querem crianças com menos de 3 anos, e 90% querem crianças com menos de 4 anos. Como a demora do processo de adoção dura 4 anos em média, as famílias acabam desistindo da adoçao.

"O ideal seria menos crianças para cada juiz nas varas de adoção, para que o juiz conhecesse caso a caso e pudesse acelerar o processo de tornar aquela criança disponível para a adoção, impedindo que a criança volte para um lar onde houve abandono e violência e de novo volte ao abrigo", disse.

400 crianças no Rio

O deputado Sabino explica que no estado do Rio há 400 crianças prontas para adoção, mas os procedimentos judiciais levam até 8 anos.

"Quando a Frente Nacional vem ao Rio, fortalece nossa luta e incentiva as Câmaras Municipais nos 92 municípios fluminenses a formarem também frentes parlamentares em favor da adoção", disse.

Apadrinhamento afetivo

Chalita disse ainda que a frente parlamentar quer incentivar o apadrinhamento afetivo, um recurso para beneficiar irmãos que não conseguem adoção.

"Irmãos têm que ser adotados juntos. Sabemos que isso é difícil para uma famílias, mas há o apadrinhamento afetivo, quando a família se responsabiliza e cuida dos irmãos nos abrigos, ajudando-os nos estudos, oferecendo lazer e carinho", disse.

Segundo números do Conselho Nacional de Justiça, citados por Chalita, das famílias que querem adotar, 10.173 querem somente crianças brancas; 1.537 aceitam pardas; 9.137 são indiferentes a etnia; e 575 querem somente crianças negras.

Após a reunião, os parlamentares vão a Niterói visitar um abrigo mantido por uma instituição filantrópica católica que abriga 33 crianças e adolescentes.          

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