O pré-candidato do PSDB, José Serra, ironizou hoje a declaração de apoio do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, à pré-candidata do PT, Dilma Rousseff. Em entrevista ao Grupo RBS, em Porto Alegre, o tucano criticou a interferência de Chávez nos meios de comunicação daquele país e disse que a entrada da Venezuela no Mercosul enfraqueceria o grupo.
Serra declarou:
''Chávez começou na vida pública encabeçando um golpe. Só depois foi eleito''.
Lembrado pelos entrevistadores que o venezuelano declarou torcer por Dilma nestas eleições, Serra respondeu:
''Quero te dizer uma coisa, até acho muito bom, no meu caso''.
O tucano disse ver necessidade de mudanças no Mercosul:
''Não reformar o Mercosul compromete sua existência. Você admitir parceiro por razão política é inacreditável''.
Serra também opinou sobre a relação entre Brasil e Irã e deu o seguinte conselho ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva:
''Sugiro a Lula que dê uma declaração à imprensa internacional pedindo ao [presidente iraniano, Mahmoud] Ahmadinejad que modere na repressão àqueles que se opõem a ele''.
O tucano afirmou que, se fosse presidente, não receberia Ahmadinejad no Brasil:
''Manteria as relações comerciais. Agora outra coisa é ter uma relação de carinho, afeto. Ele nega o massacre de judeus na Europa, manda quem se manifesta contra ele para a forca''.
Segundo Serra é preciso respeitar a "autodeterminação dos povos", mas "sempre que puder, ajudar nos direitos humanos".
O presidenciável disse ainda ser contra a proliferação de armas nucleares.
''Devemos sempre ser contra a bomba. Você não pode raciocinar que, se eu, a Rússia e os Estados Unidos têm, todos tem de ter. Se você ajudar a proliferar, você dificulta o controle''.
Dentro dos temas nacionais, Serra voltou a criticar os cargos comissionados dentro da máquina pública. Disse que, se eleito, vai promover um corte das indicações na estrutura do governo federal. E afirmou:
''Tenho certeza que tem uma gordura bovina europeia a cortar''.
Escândalos
O tucano mostrou desconforto ao falar sobre os escândalos de corrupção envolvendo o PSDB e o partido aliado DEM. Ao ser questionado sobre o suposto esquema de desvio de recursos públicos durante a campanha ao governo do Estado do tucano Eduardo Azeredo.
''Que mensalão de Minas Gerais? O que é isso? Erro é erro, mas não teve mensalão. Quando Azeredo foi governador de Minas Gerais, nunca fez mensalão para deputados. Nunca''.
Indagado sobre o mensalão do DEM, supostamente chefiado pelo governador do Distrito federal, José Arruda, Serra disse:
''Teve uma diferença [em relação ao do PT]. O responsável foi posto fora do DEM''.
Ao ser questionado se sentia vergonha pelo deslize de Arruda, devolveu a pergunta:
''Quem agiu mais corretamente [PT ou DEM]?''.
Diante da insistência da repórter, Serra retrucou:
''Você não está respondendo à minha pergunta, está se comportando meio partidariamente''.
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