Com a experiência de ter trabalhado em desastres causados pelas chuvas, como os que ocorreram no Rio de Janeiro, em Santa Cartaria e no Maranhão, além de atuar no terremoto que devastou o Haiti no início do ano, o cabo Roberto de Lima, do Corpo de Bombeiros de São Paulo, comparou os estragos provocados pelas enchentes nos municípios alagoanos com o tsunami que, em 2004, matou quase 300 mil pessoas na Indonésia.
UOL sobrevoa cidades devastadas em AL Destruição ronda as margens do rio Mundaú (AL) Desabrigados driblam dificuldade para ver seleção Soldados da Força Nacional chegam a Alagoas 20 mil imóveis foram destruídos em Alagoas Mulheres usam água suja para lavar roupa em AL Chuva e visita de Lula mudam rotina em Alagoas "Nunca vi algo como aqui. Foi um tsunami", descreveu o militar durante o trabalho de busca das sete pessoas que ainda estão desaparecidas na cidade de Branquinha, em Alagoas, a 80 quilômetros de Maceió. "No Maranhão [ano passado], o rio subiu e alagou as cidades. Aqui foi uma catástrofe", acrescentou.
A comparação com as ondas gigantes também é feita por outros moradores da cidade, que relataram à Agência Brasil que tiveram que sair correndo de suas casas no início da madrugada do último domingo (19).
"Foi o aviso das rádios que salvou muita gente", disse Amaro Cael da Silva, que teve a casa destruída pela enchente. Segundo ele, por volta das 20h do último sábado (19) ocorreu a primeira "tromba d'água", que não provocou estragos. "Mas a segunda, uma hora depois, veio e levou tudo. Ganhei na loteria por estar vivo", afirmou.
O Corpo de Bombeiros de São Paulo enviou à Branquinha 32 militares e quatro cães farejadores. O estado ainda está colaborando com as vítimas da tragédia com uma equipe médica formada por três médicos e três enfermeiros do Grupo de Resgate e Atendimento de Urgência.
O trabalho de busca aos desaparecidos é feito por três equipes. Uma faz a procura no rio, outra acompanha pelas margens e a terceira percorre a cidade com os cães farejadores.
Você Manda! Está em alguma região atingida? Envie suas fotos e vídeos Saiba como fazer doações Emocionada ao lembrar do dia em que teve que deixar a casa às pressas, a dona de casa Ione Cabral dos Santos contou que só conseguiu escapar porque decidiu ajudar a filha, que está grávida. "Saí logo com ela quando a água estava começando a entrar em casa. Meu filho decidiu ficar e teve que subir no telhado", relatou com lágrimas nos olhos. "Ele ficou das 11 da noite até a manhã do outro dia no telhado".
A prefeita de Branquinha, Renata Moares, suspeita que a tragédia que atingiu o município não foi provocada apenas pela chuva. De acordo com ela, enchentes já ocorreram na cidade, mas nunca foram tão devastadoras como a do último fim de semana. "É preciso que seja investigado se não houve queda de uma barragem até para que a gente possa dar explicações para população", disse.
Ivan Richard
Da Agência Brasil
Em Branquinha
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