Sociedade não está preparada para conviver com pessoas mais velhas, avaliam idosos em pesquisa

Sociedade não está preparada para conviver com pessoas mais velhas, avaliam idosos em pesquisa

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:30

A sociedade não está preparada para conviver com os idosos na avaliação de 80% das pessoas entre 55 e 73 anos de idade ouvidas em pesquisa divulgada ontem, dia 25 de junho, pelo banco Bradesco.

O estudo Longevidade Brasil revela também que 39% dos idosos foram vítimas de discriminação por conta da idade. Entre os que mais relataram o desrespeito, 44% são mulheres, com mais de 70 anos (49%) e da classe C (42%). A pesquisou ouviu cerca de 2 mil pessoas em seis grandes cidades do país.

No documento, os idosos alertam para o despreparo dos serviços públicos e privados, principalmente do transporte público, da saúde e dos bancos, nos quais são tratados, muitas vezes, com descaso.

Para o aposentado Dagoberto Moreira, 86 anos, que participou da divulgação da pesquisa, os ônibus são os principais vilões. Ele confirma o fato de os motoristas não pararem ao sinal dos mais velhos e conta casos de direção perigosa.

"Só em lugares muito preparados há uma dedicação aos idosos. Em geral, o que a gente vê é a falta de respeito. Os ônibus não respeitam quando os idosos estão descendo ou subindo, ou até atravessando a rua. Outro dia, se eu não seguro uma senhora, ela ia parar longe com a arrancada do motorista", contou o aposentado.

Para o cientista social José Carlos Libânio, responsável pelo levantamento, chama atenção o fato de 56% dos idosos usarem algum tipo de transporte público mais de uma vez por semana e este serviço ser apontado como o principal ambiente de discriminação.

De acordo com o pesquisador, a solução para o problema passa por medidas que incentivem a "civilidade" e o respeito.

"É irracional achar que todas as políticas têm que ser universais. O problema é o mesmo do machismo e exige uma mudança de mentalidade. Tem que ser uma evolução dos patamares de civilidade e a história demonstra que isso é possível", avaliou.

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