O Supremo Tribunal Federal (STF) absolveu por unanimidade, nesta quinta-feira (4), o deputado federal Celso Russomano (PP-SP) de um processo por dano ao patrimônio público. O parlamentar foi acusado de destruir uma das portas do Instituto do Coração de São Paulo (Fundação de Zerbini), na noite do dia 23 de outubro de 2002.
O motivo seria a demora no atendimento da mãe do parlamentar que, segundo testemunhas de defesa, teria esperado duas horas no hospital. Os ministros do STF entenderam que não havia provas suficientes contra o réu na denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal, em 2005.
A defesa negou a acusação e afirmou que o hospital estaria dando prioridade aos pacientes particulares, em detrimento dos que seriam atendidos por planos de saúde e Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo o advogado de Russomano, Marcelo Leal, disse que após a chegada do parlamentar ao hospital, a mãe dele teria sido atendida em15 minutos. Outras pessoas, no entanto, esperavam na fila sem atendimento, e o deputado conhecido pela defesa dos direitos do consumidor teria tentado interceder por elas, afirmou.
"Que outra conduta se poderia esperar do homem público senão lutar pelo atendimento daquelas pessoas? Talvez tenha sido um pouco rude. A porta não está quebrada. A porta não foi chutada. A porta é branca e se houvesse sido chutada haveria marca", afirmou o advogado Marcelo Leal.
Outro argumento usado pela defesa foi o de que a mulher de Russomano, em 1990, teria morrido em decorrência de negligência médica no atendimento. "Naquele fatídico dia [do caso do atendimento à mãe do deputado], ele não chegou sozinho no hospital. Não chegou apenas ele, mas toda a sua circunstância", disse a defesa.
Depois de livrar Russomano da acusação, o ministro Marco Aurélio Mello, do STF, criticou o sistema público de saúde brasileiro. "Não posso deixar de ressaltar que a saúde pública no Brasil é um caso de polícia. Deposito minha confiança no campo da saúde e da segurança pública no discurso da candidata eleita Dilma Rousseff", afirmou o ministro.
Celso Russomano concorreu ao governo de São Paulo nestas eleições e ficou em terceiro lugar, com 1,2 milhão de votos.
Por: Débora Santos
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