Técnicos farão vistoria em obra que desabou na Zona Norte de SP

Técnicos farão vistoria em obra que desabou na Zona Norte

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:17

Uma equipe de técnicos da Secretaria de Estado da Cultura fará na manhã desta sexta-feira (13) uma vistoria para saber por que a laje da Fábrica de Cultura que estava sendo construída na Vila Nova Cachoeirinha, na Zona Norte de São Paulo, desabou nesta quinta (12). Um operário morreu e outros 11 ficaram feridos, segundo o Corpo de Bombeiros.


De acordo com a corporação, o acidente aconteceu por volta das 15h30 no canteiro situado na Avenida General Penha Brasil, altura do número 2.500.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de São Paulo (Sintracon-SP), Antonio de Sousa Ramalho, descartou a hipótese de que a chuva tenha causado o acidente. Para ele, houve falha humana e de engenharia. Quando se prepara uma laje como a que desabou, afirmou Ramalho, a preocupação é que ela aguente muito peso e pressão.


"O cálculo é feito geralmente para que a laje aguente 500 vezes mais do que qualquer pressão comum. Intempérie da chuva, umidade, quantidade de pessoas que estão sobre ela, tudo é levado em conta pelos cálculos de engenharia. Houve falha humana", disse.

Até as 19h15, a construtora Ubiratan, responsável pelo canteiro, não havia se pronunciado sobre o acidente. Representantes da empresa informaram que técnicos da construtora estavam na obra no horário.
Não há informações se os funcionários estavam com equipamentos de segurança, de acordo com o sindicalista. "Sabemos que é notório que faltam itens básicos, como capacete, em obras da construção civil em São Paulo. Não sei dizer se os trabalhadores daqui usavam."

Interdição
Ainda durante a tarde, o secretário de Estado da Cultura, Andrea Matarazzo, mandou interditar o canteiro de obras não apenas da Fábrica de Cultura em Vila Nova Cachoeirinha, como também no canteiro situado em Cidade Tiradentes, na Zona Leste.

As duas obras serão paralisadas porque são tocadas pela mesma empresa, segundo o secretário da Cultura. "O projeto é parecido, queremos saber quais são todos os procedimentos [de segurança] e analisar onde está o problema."
Ele disse que irá exigir explicações da empresa. “Vamos apurar com rigor o que aconteceu. Determinamos à empresa responsável pela obra que dê assistência ao rapaz que morreu e aos feridos.”
Segundo os bombeiros, os operários estavam no último andar do prédio quando uma laje cedeu. Ele disse que os homens caíram de uma altura de 27 metros. “Ela tem que dar um relatório do que ocorreu. Sabemos que uma laje não tem problemas à toa”, acrescentou Matarazzo.


Segundo o coordenador da Defesa Civil Municipal, Jair Paca de Lima, o prédio ficará interditado até que a Polícia Técnico-Científica faça a perícia. Engenheiros vão avaliar o imóvel. Ele disse que há risco de novos desabamentos, principalmente por causa da chuva que vem atingindo a região.


"A empresa pode sofrer desde multa até desabilitação. Depende do relatório que a empresa apresentar e da apuração que a secretaria fizer junto ao Crea [Conselho Regional de Engenharia e Agronomia]", afirmou Matarazzo. A pasta pediu para a empresa um relatório preliminar, que deve ser entregue até sexta-feira (13), informando os problemas que ocorreram.
Três das vítimas foram encaminhadas ao Pronto-Socorro do Hospital Geral de Vila Penteado e outras três, para o Pronto-Socorro do Hospital Geral Vila Nova Cachoeirinha. A Secretaria de Estado da Saúde informou que os pacientes no Vila Penteado passavam bem. Dois deles, com 22 e 31 anos, receberam alta. Por volta das 18h40, o outro ferido, de 41 anos, permanecia em observação.
Os pacientes no Cachoeirinha estavam no setor de emergência. Dois deles, com 20 e 23 anos, sofreram politraumatismo com traumatismo craniano. O terceiro ferido, de 35 anos, também sofreu traumatismo encefálico e aguardava resultado de tomografia.


Inauguração
De acordo com a Secretaria da Cultura, o prédio tinha previsão de inauguração em abril. Cada unidade recebe um investimento de R$ 12,5 milhões na construção. A obra começou em outubro de 2009. No total, 60 operários trabalham lá. No momento do acidente, porém, apenas dez pessoas estavam no canteiro. A estrutura que desabou foi a laje do teatro.
Já há em funcionamento três unidades da Fábrica de Cultura: em Itaim Paulista, na Vila Curuçá e em Sapopemba. Os prédios oferecem ateliês de formação cultural para crianças e jovens de 8 a 19 anos, além de apresentações e espetáculos para toda a comunidade.
Segundo a pasta, cada prédio tem quatro instalações: teatro, sala multiuso, biblioteca e salas de formação específica (dança, teatro, circo, música, artes plásticas e salas destinadas ao incentivo à leitura).

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