Ricardo Galhardo e Carolina Garcia
Membro da defesa do goleiro afirmou que se surgir uma nova prova "podemos perfeitamente compreender a nova realidade, mas ela não existe na prática hoje, agora"
O advogado de defesa do goleiro Bruno Fernandes, Lucio Adolfo, admitiu de maneira obliqua, na noite de segunda-feira (04), depois do primeiro dia de julgamento do assassinato de Eliza Samudio, que o ex-jogador do Flamengo pode admitir uma participação menor no crime caso surjam novas provas contra ele no curso do processo.
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“O momento final da prova é quando os acusados falam. Não quero dizer que quando ele estiver preparado para fazer alguma revelação que possa conduzir para o reconhecimento de alguma circunstância minorante, uma participação diferenciada, de menor importância. Isso é do plano jurídico. Se a prova produzida encaminhar neste sentido nós podemos perfeitamente compreender a nova realidade mas ela não existe na prática hoje, agora”, disse Adolfo.
O advogado reagiu com ironia quando questionado se o depoimento de Luiz Henrique Romão, o Macarrão, não seria prova suficiente. Na primeira fase do julgamento Macarrão disse que Bruno foi o mandante do assassinato.
O promotor Henry Vasconcelos disse não trabalhar com a hipótese de confissão. “A confissão de Bruno Fernandes não é importante para que a promotoria prove sua participação no crime”, disse o promotor, argumentando que a acusação tem provas como ligações telefônicas e o percurso percorrido por Eliza e seus algozes antes do assassinato que seriam suficientes para a condenação.
Vasconcelos negou a acusação da defesa de que tenha feito um acordo para reduzir a pena de Macarrão em troca do depoimento contra Bruno. “Não existe acordo. A redução de pena é automática quando o réu confessa sua participação, mesmo que parcial, e fornece dados que esclareçam os fatos”, afirmou o promotor.
A mãe de Eliza, Sonia de Moura, disse ser contra qualquer possibilidade de acordo. “Se houver acordo eu não concordo. Nem se ele disser onde está o corpo. Quero ver o Bruno condenado”, disse ela.
Advogado Tiago Lenoir mostra trecho da bíblia a Bruno em julgamento em Contagem
Foto: Rodrigo Lima/O Tempo/Futura Press
Bruno fica de cabeça baixa no plenário onde é realizado o julgamento
Foto: Cristiane Mattos/Futura Press
Uma das poucas vezes que o goleiro ergueu a cabeça no início do primeiro dia de julgamento
Foto: Renata Caldeira/TJMG
Bruno e Dayanne durante sessão desta segunda-feira, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte
Foto: Renata Caldeira / TJMG
Mãe de Eliza Samudio Sonia Samudio chega para o julgamento no Fórum de Contagem (MG) nesta segunda-feira (4)
Foto: Futura Press
Fórum de Contagem, em Minas Gerais, recebe reforço na segurança por causa do julgamento do ex-goleiro Bruno
Foto: Futura Press
Gilmara Oliveira, de 35 anos, protesta em frente ao Fórum de Contagem (MG), na manhã desta segunda-feira (4)
Foto: Futura Press
Mulher de Bruno, Ingrid de Oliveira chega para o julgamento ao Fórum de Contagem (MG), nesta segunda-feira (4)
Foto: Futura Press
Ex-mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues é acusada de sequestro e cárcere de Bruninho
Foto: Futura Press
Ércio Quaresma chega para o julgamento no Fórum de Contagem (MG), na manhã desta segunda-feira (4)
Foto: Futura Press
José Arteiro é advogado da família de Eliza Samudio
Foto: Samuel Costa/Hoje Em Dia/Futura Press
Lucio Adolfo é advogado do ex-goleiro Bruno
Foto: Samuel Costa/Hoje Em Dia/Futura Press
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