'Tivemos medo de morrer', dizem jornalistas brasileiros detidos no Egito

'Tivemos medo de morrer', dizem jornalistas brasileiros detidos no Egito

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:57

Os dois repórteres brasileiros da estatal Empresa Brasil de Comunicação (EBC) detidos na quarta-feira no Egito desembarcaram no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, na manhã deste sábado (5). E disseram que tiveram medo de serem mortos.

Corban Costa, repórter da Rádio Nacional, e Gilvan Rocha, repórter cinematográfico da TV Brasil, viajaram até o Cairo para fazer a cobertura da crise política no país, mas não chegaram a produzir reportagens.

No trajeto entre o aeroporto e o hotel, o táxi com os dois foi parado em uma barreira policial. Eles foram levados a uma delegacia com os olhos vendados e tiveram os passaportes e os equipamentos (câmera filmadora, notebook e celulares) apreendidos.

"Depois que pegaram nossos equipamentos e viram que a gente era jornalista, mandaram encostar no muro. A gente achava que ia morrer com certeza", disse Rocha. "O momento mais difícil foi quando andamos com os olhos vendados por volta de 15 minutos. A gente não sabia o que estava acontecendo e teve muito medo de morrer."

Costa também afirmou que teve medo da morte. "A gente achou que ia levar um tiro nas costas."

Os dois devem seguir para Brasília no início da tarde.

Jornalistas

O diretor do escritório no Cairo da televisão Al Jazeera e um jornalista da rede foram detidos, segundo a emissora, um dia depois de ataque e saque às dependências da emissora na capital do Egito em crise.

Outros jornalistas tiveram problemas no país. Na quinta, repórteres dos jornais "O Globo", "Folha de S.Paulo" e "O Estado de S. Paulo" tiveram de deixar o hotel Hilton porque partidários do presidente Hosni Mubarak ameaçam invadir o local.

Já o repórter Luiz Antônio Araujo, enviado do jornal "Zero Hora" ao Egito, foi cercado por manifestantes favoráveis ao atual regime, armados com pedaços de pau e pedras. Ele diz ter sido agredido e roubado - a máquina fotográfica foi levada por manifestantes.

Protestos

Os protestos continuam no Egito. Neste sábado, o contestado presidente, Hosni Mubarak, reuniu seus principais ministros da área econômica no Cairo. A reunião incluiu o primeiro-ministro e os ministros de Finanças, Petróleo, e Comércio e Indústria. O presidente do Banco Central do Egito também participou.

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