O número de jovens brasileiras que vão para o exterior trabalhar como prostitutas ainda é grande, apesar de o país ter assinado o texto da Convenção de Palermo, contra o crime organizado internacional, alertou nesta quinta-feira (3) o presidente da Conamp (Associação Nacional de Membros do Ministério Público), César Mattar Júnior.
O especialista foi um dos participantes de uma mesa de debates sobre o tráfico internacional de pessoas, que ocorreu na manhã de hoje após a abertura da 5ª edição do Fórum Internacional de Justiça, em São Paulo.
Mattar Júnior reconhece que faltam dados sobre o número de jovens brasileiras aliciadas no exterior, mas disse não ter dúvida sobre o crescimento do problema.
- Não existem dados porque, afinal, é uma prática ilegal. Mas estima-se que o tráfico internacional de pessoas movimente, anualmente, cerca de US$ 50 bilhões em todo o mundo, não só com a exploração sexual, mas também com o comércio de órgãos humanos.
Segundo o presidente da Conamp, os países da Europa são o principal destino das jovens que se tornam escravas sexuais no exterior. Segundo ele, mesmo as brasileiras que têm conhecimento que serão prostitutas lá fora, não sabem que serão escravizadas.
- A maioria aceita ir para outros países, pois pensa que poderá melhorar a condição de sua vida, mas não tem noção do que isso representa.
Para o especialista, o Brasil não deve apenas aumentar a repressão à exportação dessas jovens, mas também criar condições para que elas não queiram deixar o país.
- Nós estamos falhando na repressão ao tráfico internacional de pessoas e precisamos de mudanças com urgência.
Mattar Júnior defende ainda a discussão em torno da revisão do Código Penal que, segundo ele, só conta com um artigo que aborda o tráfico internacional de pessoas, para fins de exploração sexual.
Por Marina Novaes / Fernando Gazzaneo
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