Três milhões de pessoas deixaram a pobreza nos últimos seis anos nas principais regiões metropolitanas do país, o que corresponde a uma queda de 8,8 pontos percentuais na pobreza. Os dados são da pesquisa Pobreza e Riqueza no Brasil Metropolitano, divulgada dia 05 de agosto pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com dados de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre.
O número de pobres era de 14,3 milhões em 2002, subiu para 15,4 milhões em 2003 e desde então vem caindo, tendo chegado a 11,3 milhões neste ano. Em termos percentuais, a evolução foi de 32,9% em 2002 para os atuais 24,1% da população.
Os principais motivos, segundo o Ipea, foram o crescimento econômico, os ganhos do salário mínimo e as transferências do governo.
O nível de indigência caiu quase pela metade. Era de 12,7% em 2002 (5,5 milhões de pessoas) e hoje está em 6,6% (3,1 milhões de pessoas).
O percentual de famílias mais ricas, com rendimento a partir de 40 salários mínimos mensais, sofreu redução de 20% de 2002 para 2003, voltando a crescer a partir de 2005. Segundo o Ipea, no ano passado, o percentual encontrava-se no mesmo patamar de 2002 e, neste ano, a tendência é permanecer estável.
Apesar do quadro favorável no que se refere à pobreza, os salários não têm tido o repasse pleno dos ganhos de produtividade. De acordo com o presidente do Ipea, Márcio Pochmann, a evolução produtiva, os ganhos reais do salário mínimo e as transferências em programas sociais do governo como o bolsa-família explicam os números do estudo.
De acordo com o Ipea, "os detentores dos meios de produção podem estar se apoderando de parcela crescente da renda nacional".
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