Já inaugurada, a Ponte Governador Orestes Quércia quase não teve fluxo
de veículos na manhã desta quinta (Foto: Juliana Cardilli/G1)
A ponte estaiada Governador Orestes Quércia, inaugurada nesta quarta-feira (27) para fazer a ligação entre a Avenida do Estado e a pista sentido Rodovia Castello Branco da Marginal Tietê, começou a funcionar sem muito impacto no trânsito da região. Na manhã desta quinta (28), entre 8h e 9h, houve momentos em que a ponte ficou completamente vazia, sem a passagem de nenhum carro, enquanto as vias próximas tinham fluxo normal em alguns casos, carregado.
A diferença de tempo no trajeto entre as vias ligadas pela ponte com e sem a nova estrutura também foi pequena. Na terça (26) e na quarta-feira, a equipe de reportagem do G1 foi do Mercado Municipal, na região central, ao Sambódromo do Anhembi, na Zona Norte. Após a inauguração da ponte, a economia de tempo foi de apenas um minuto. É preciso considerar, porém, o período de férias escolares, com índices de lentidão abaixo da média na capital paulista. Na inauguração, na manhã desta quarta-feira, o governador Geraldo Alckmin disse que a obra irá reduzir em 15 minutos o trajeto de quem sai do ABC e, por dia, deverá receber cerca de 20 mil veículos. Entretanto, muitos motoristas pareciam ainda não saber de sua abertura. As pontes mais próximas das Bandeiras e Cruzeiro do Sul tinham trânsito intenso, em alguns momentos parado. Mas na ponte estaiada, a paisagem era diferente: vazia, com veículos espaçados.
Para o motorista de caminhão Denis Gonçalves de Sá, de 29 anos, a ponte irá facilitar bastante seu trabalho. Minha firma é na Avenida do Estado. Agora mesmo eu vou pegar a ponte para ir para Pirituba. Antes tinha que pegar a Ponte Cruzeiro do Sul e dar a volta. Vou poder cair direto na marginal, mas a economia de tempo depende do trânsito, afirma.
As indicações aos motoristas sobre a ponte estaiada são poucas. Há placas orientando os condutores pouco antes de sua entrada, indicando que eles devem seguir pelo complexo viário se desejam ir na direção das rodovias Anhanguera e Castello Branco. Mas nas avenidas próximas, apenas a Tiradentes tinha uma faixa avisando os motoristas que eles podem usar a nova ponte para seguir para estas rodovias.
Faixa e placas indicam novo acesso (Foto: Juliana Cardilli/G1)
Tempo de trajeto
Na terça (26), um dia antes de a ponte ser inaugurada, o G1 traçou um caminho-teste para comparar os trajetos depois que a ponte fosse inaugurada, escolhendo dois pontos conhecidos dos moradores da cidade: o Mercado Municipal e o Sambódromo do Anhembi. A saída foi às 17h23 do Mercadão, localizado na Avenida do Estado, e o destino, o Anhembi, que beira a Marginal Tietê e cujo acesso pode ser feito agora com a nova ponte estaiada.
O percurso, em horário de pico, foi realizado em 22 minutos na terça-feira. Havia congestionamento apenas em alguns pontos da Avenida do Estado. A partir da alça que liga essa avenida à Marginal Tietê, o Anhembi estava distante apenas três minutos, sem tráfego lento. Às 17h45, o trajeto de 8 km estava finalizado.
No fim da tarde de quarta, duas horas depois de o tráfego ter sido liberado na estaiada, o mesmo trajeto foi testado. O ponto de partida foi novamente o Mercadão, às 17h23. Sem acessar a nova ponte, utilizando a Avenida Cruzeiro do Sul para pegar a Marginal Tietê, a equipe de reportagem chegou ao portão 20 do Anhembi, na Avenida OlavoFontoura, às 17h46, 23 minutos depois.
Um pouco mais tarde, optando por chegar ao Anhembi pela ponte, o mesmo percurso foi realizado, deixando o Mercado Municipal às 18h16. A distância medida foi a mesma - 8 km entre as avenidas do Estado e Olavo Fontoura. Até o portão 20, um dos acessos ao Sambódromo, o tempo foi de 21 minutos, com a chegada às 18h37. Em um horário de pico e mesmo com trânsito na Avenida do Estado a diferença entre os caminhos foi de apenas dois minutos (e de um minuto em relação ao dia anterior).
Entregas rápidas
Os funcionários do Mercadão comemoram a inauguração da ponte. Para o balconista Paulo Barroso da Silva, de 31 anos, que diz fazer de 5 a 15 e entregas de mercadorias por dia, a vida ficará mais fácil. A ponte facilita bastante. Eu descia a Avenida Cruzeiro do Sul e atravessava a marginal para ir ao Anhembi. Agora, vou direto. Não perco tempo dando volta. A ponte vai aliviar muito a Cruzeiro do Sul, que é complicada.
O vendedor Alceu Galdeano, responsável por uma banca de frutas no Mercado Municipal, tem na ponta da língua os bairros mais complicados para entregar as encomendas dos clientes: Vila Guilherme, Santana (Zona Norte) e Morumbi (Zona Sul) dão uma canseira danada. A ponte ajuda muito.
Ubaldo Nicolau da Silva, de 61 anos, também comemora. Acho que vai adiantar para quem sai de São Caetano, São Bernardo (ambas no ABC) e Ipiranga (Zona Sul). Será uma mão na roda. Antes tinha que passar ali pelo Campo de Marte (em Santana) e pegar a ponte para a Marginal Tietê. Agora, cai direto, afirma ele, que foi taxista por 30 anos. Segundo ele, bairros da Zona Norte, como Limão e Freguesia do Ó, terão o acesso melhorado com a estaiada.
Até as 14h desta quinta-feira, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) não havia informado a expectativa de redução nos congestionamentos da região após a inauguração da ponte.
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