UPP da Rocinha prevista para março, só sairá no fim de 2012

UPP da Rocinha só sairá no fim de 2012

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:14

A UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha, maior favela do Brasil, inicialmente anunciada pelo governador Sérgio Cabral para março e, depois, adiada para junho de 2012, só será implantada no último trimestre do ano.

Depois da tomada e ocupação da favela na zona sul com o Bope, em novembro, o Batalhão de Choque é o responsável por patrulhar a comunidade atualmente. Ainda não há previsão exata da chegada da UPP no local, mas deve ocorrer em dezembro, quando se formará turma de 1.500 novos soldados.

Em novembro, o governador Sérgio Cabral prometeu, em entrevista ao jornal “O Globo”, “concluir a UPP da Rocinha no primeiro trimestre de 2012, ou no máximo, entre março e abril”. Em janeiro, anunciou a unidade para junho, antes da UPP do Alemão. Isso não vai acontecer.

O Exército já avisou que não quer ficar no local após junho. Assim, a necessária implantação do sistema de UPPs nos complexos do Alemão/Penha é um importante complicador, uma vez que vai requerer até 2 mil PMs.

Os morros vizinhos da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu, reconquistados na mesma operação, receberam em janeiro uma UPP. Mas são comunidades com o total de 10.372 moradores, pequenas em comparação aos 69.161 da favela de São Conrado.

A Rocinha exigiria um efetivo entre mil e 2 mil PMs, ainda não disponível nos quadros da corporação – que não pretende se descuidar do policiamento ostensivo nas ruas do Rio, com cerca de 7 mil agentes por turno de 12 horas.

Enquanto isso, o Batalhão de Choque permanece no local, com o patrulhamento de rotina e operações eventuais, com vistas a manter a paz e reprimir o tráfico de drogas residual.

Após incidentes como roubos e assassinatos, aPM reforçou a segurança, com motos,policiais femininos a pé e pessoal a cavalo.

Recrutamento e formação de policiais é calcanhar-de-aquiles das UPPs

A dificuldade em recrutar e formar novos policiais militares continua a ser o calcanhar-de-aquiles da principal política de segurança pública do governo Sérgio Cabral, apesar de a PM ter feito mudanças para acelerar a seleção e o treinamento com esse fim.

A atual gestão já conseguiu elevar de 38 mil para 43.500 policiais militares, alterando a prova de seleção e reduzindo de oito meses para seis o tempo de formação dos soldados no CFAP (Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças). O ritmo tem sido forte, mas ainda insuficiente para atender às demandas de novas unidades pacificadoras.
Exército vai sair do Alemão em junho

A implantação das UPPs no Complexo do Alemão, provisoriamente ocupado pela Força de Pacificação do Exército, também já foi adiada pelo mesmo motivo, mas será implantada em definitivo em junho, até por pressão castrense.

A prorrogação do acordo com o Exército foi imposta a contragosto aos militares e até ao ministro da Defesa, Celso Amorim, que reclamam que a missão de ocupação permanente não cabe à Força terrestre. A Força de Pacificação já está lá desde novembro de 2010.

Um contingente de 200 PMs já atua no local, subordinada ao general-de-brigada Tomás Miné Ribeiro Paiva, comandante da Força de Pacificação.

Há consenso no Alto Comando do Exército de que a permanência no complexo é negativa e pode trazer eventuais problemas para a Força. As UPPs já devem começar a ser implantadas até o fim deste mês, mas serão instaladas em definitivo lá em junho.

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