Venda de atestados falsos é comum em bairros de SP

Venda de atestados falsos é comum em bairros de SP

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:53

A venda de atestados de saúde e outros documentos falsificados não ocorre apenas no Centro de São Paulo – onde quatro pessoas foram presas nesta terça-feira (1º) por suspeita de integrarem uma quadrilha que promovia a prática. O crime é comum em toda a cidade.

A equipe de reportagem do SPTV flagrou vários casos parecidos na manhã desta quarta-feira (2) no Largo Treze, na região de Santo Amaro, Zona Sul de São Paulo. No local, havia vários homens com placas bem parecidas, oferecendo na rua três tipos de atestados: demissional, admissional e esportivo.

Alguns dizem que o cliente passa por um médico. Mas quando perguntado pela equipe sobre atestado para afastamento do serviço, um deles teve uma resposta imediata. "Eu não tenho, eu sei quem tem aí, mas eu não faço isso não."   Sobre a mesma pergunta, outro plaqueiro chega a desconversar. "É para você mesmo, quantos dias você quer?", indaga o vendedor. Em uma rua ao lado, ele faz a proposta. "Os caras aqui cobram de 15 a 20 'conto' por dia. Para você voltar mais vezes, cinco dias, por 50 'conto', está bom pra você?"

Centro

Os homens presos no Centro faziam a negociação era feita na rua e em pouco tempo o cliente recebia os documentos. O balcão da lanchonete onde eles foram presos foi transformado em escritório para o crime. Imagens gravadas pela polícia mostram a ação. O criminoso pegava os dados do cliente e ia para o andar de cima, onde preenchia o falso atestado. Depois, ele descia e entregava o documento. O cliente conferia, pagava e ia embora.

Outras gravações mostram mais vendas dos documentos. A negociação também acontecia no meio do calçadão. Outros homens anunciavam o serviço a quem passava no local. Eles recebiam uma comissão por cada documento vendido.

“Nós identificamos que eles haviam loteado o centro de São Paulo. Plaqueiros faziam a recolha dos futuros clientes e apresentavam ao chefe da quadrilha que fazia os documentos falsos”, explicou o delegado Marcos Galli Casseb.

A prisão da quadrilha ocorreu após 15 dias de investigação. O dono da lanchonete também foi preso. Segundo a polícia, o bando agia há três meses na região. Entre os documentos apreendidos, estavam atestados com emblema da Associação Paulista de Medicina, da Secretaria Estadual da Educação e do Hospital de Guaianazes. Também foram encontrados recibos e holerites em branco, todos falsos.

O homem apontado como principal integrante da quadrilha já havia sido preso quatro vezes por falsificação de documentos. A polícia ainda investiga quem são as pessoas que compravam os falsos documentos. Algumas já foram identificadas e chamadas para prestar depoimento.    

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