Vereadores perdem a calma com auxiliares do prefeito Gilberto Kassab

Vereadores perdem a calma com auxiliares do prefeito Gilberto Kassab

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:29

Insatisfeita com o esvaziamento das subprefeituras, a Câmara Municipal de São Paulo aperta a cobrança sobre servidores e executivos da prefeitura, chamados a audiências em que as críticas superaram largamente os elogios. "Às vezes a gente perde a calma", disse o vereador Paulo Frange [foto], que na terça-feira, 20 de outubro, e na quarta-feira, dia 21, ouviu o diretor de desenvolvimento da Empresa Municipal de Urbanização (Emurb), Rubens Chammas. "Eu tinha motivo para estar nervoso", afirmou o vereador Milton Leite (DEM), que na quarta-feira cobrou de funcionários da Subprefeitura da Sé mudanças na medição do lixo na área central da cidade.

Chammas foi pressionado pelo vereador Paulo Frange (PTB) a apressar os investimentos públicos previstos na Operação Urbana Água Branca. Nas operações urbanas, a prefeitura capta dinheiro privado vendendo direito de construir para investir o dinheiro em obras de infra-estrutura.

Frange disse ao G1 que Chammas tem nas mãos orçamento que só perde para os das secretarias - estaduais - de educação e de saúde, ao passo em que as subprefeituras estão cada vez mais esvaziadas e dependentes da administração central. "Se você perguntar na Câmara, ninguém concorda com esse esvaziamento", afirmou.

Segundo o vereador, Chammas atendeu a um convite em janeiro e desta vez seria convocado pelos vereadores, mas o requerimento foi diplomaticamente convertido em convite.  Na reunião, o executivo da Emurb foi duramente cobrado. "Nada foi feito. Ainda não temos projeto urbanístico e a Emurb tem R$ 74 milhões parados no banco, aplicados com juro de poupança", afirmou Frange.

Ao final da sessão, o próprio vereador se desculpou com Chammas e disse que apesar das cobranças o considera um amigo. "O Chammas está na Emurb há dois anos e pega toda a ansiedade que a gente acumula há anos", afirmou.

Na quarta, o clima foi tenso na Subcomissão da Varrição e Coleta de Lixo, em que a supervisora técnica de limpeza pública da Subprefeitura da Sé, Daniella Souza, foi questionada pelas falhas na medição dos serviços das empreiteiras. O vereador Milton Leite (DEM) afirma que vai promover uma ação popular para responsabilizar os agentes públicos, inclusive o  secretário das subprefeituras. "A investigação está só começando. Eu vou propor a ação, doa a quem doer", afirmou.

Outro lado

Colega de partido do prefeito Gilberto Kassab (DEM), Leite negou que haja pressão sobre o governo e afirma que os executivos ouvidos agora foram convidados a ir à Câmara por requerimento desde o início do ano.

"O Executivo está insatisfeito. Ninguém gosta de ser chamado", afirmou. "Mas estamos fiscalizando, fazendo o nosso papel."

O clima deve seguir tenso na Câmara nos próximos dias, por causa da cassação de 13 dos 55 vereadores, que só permanecem em suas cadeiras porque recorreram e obtiveram efeito suspensivo.

Nos próximos dias, os vereadores colocarão em debate o projeto que estabelece as normas para novos empreendimentos geradores de tráfego na cidade, com a discussão de um texto alternativo sugerido pelo governo.

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